quarta-feira, 30 de março de 2011

Como José Alencar mudou a história de Esteio


O Brasil protagonizou, em sua história mais recente, uma das experiências políticas mais importantes do mundo e, sem sombra de dúvidas, a construção mais importante da esquerda internacional. Por mais que setores da esquerda europeia tenham, sistematicamente, tentado desqualificar a gestão petista no Brasil, não obtiveram êxito diante dos resultados sociais, políticos e econômicos dos dois mandatos do Governo Lula. É a melhor experiência democrática que a esquerda conquistou no mundo.


A proposta de Lula nunca foi unanimidade na esquerda. Também se fosse unanimidade não seria esquerda. A lógica dialética reina entre os debates políticos que decantam as realidades vividas pelos ativistas e militantes partidários. O extrato disso pode ser chamado de caldo cultural brasileiro. Algo incapaz de ser compreendido por qualquer dirigente político europeu, mesmo pelos franceses da 4ª Internacional que viraram as costas para Lula. Há quem diga que foi justamente essa postura que deu origem ao PSOL no Brasil.


A grande construção em torno desta experiência política está na união do capital com o trabalho. Não acredito que tenha ocorrido, de fato, qualquer união entre capital e trabalho, mas o símbolo prospectado em torno desta aliança política mudou o paradigma da esquerda e da direita. Com isso, os partidos do centro pra cá ou centro pra lá foram se ajustando conforme o andar das carretas, tal como o PMDB. Tudo indica que deu certo, pois a atual aliança que governa o Brasil é composta justamente pelo PT e PMDB.


A revolução paradigmática da política brasileira foi tão profunda que a esquerda tradicional resistente a política de alianças perdeu praticamente todas as eleições com chapa pura, que era uma tradição dos petistas gaúchos, carinhosamente chamados de gauleses pelos petistas do Brasil a fora. A direita ficou isolada, uma vez que a esquerda conquistou o centro. Sem nenhuma personalidade capaz de encantar o povo mais do que Lula, a direita inicia um processo de ostracismo político. Rapidamente as lideranças do PSDB se reorganizaram em torno do PMDB para perder menos. De início o PMDB ficou feliz com o engorde de filiados “importantes”, porém, com o tempo, as lideranças peemedebistas começaram a perceber a influência dos sociais democratas diminuindo suas atuações políticas dentro do PMDB. Tal fenômeno está em pleno curso em Esteio.


Finalmente a novidade das alianças políticas chegou junto aos municípios. Nossa cidade vivenciou esse pioneirismo com a eleição de Gilmar Rinaldi com uma ampla aliança de partidos. Todos da base do governo Lula. A mudança foi tão rápida que, atualmente, a composição do governo federal e de Esteio é exatamente a mesma, PT e PMDB. Algo que até pouco tempo seria impensável. É possível afirmar que o Gilmar é prefeito em decorrência da aliança política que se constituiu na cidade, que teve como referência a composição do governo Lula, que foi possível graças a ideia da aliança do capital com o trabalho, que devemos ao empresário e político José Alencar.


Charles Scholl


Consultor de comunicação da


Esparta – Ação Tática & Estratégia

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