

A tarde de 14 de novembro em Esteio ficou marcada por um protesto de estudantes oriundos de diversos estados brasileiros em frente a prefeitura da cidade. Os poucos transeuntes demonstravam curiosidade sobre o movimento, mas como afirmou Eleandro Costa Nunes, que mora na São José, não compreendiam a mensagem. “Eles estão fazendo algum protesto sobre saúde. Tá certo a gurizada, pois nossa saúde precisa melhorar”, disse Eleandro. Ao se aproximar era possível identificar que se tratava de uma ação que finalizava o II Enesc, que acontecia desde o dia 10 no Parque de Exposições Assis Brasil. Enesc é o Encontro Nacional dos Estudantes de Saúde Coletiva, que nesta edição teve como foco a Saúde Coletiva enquanto movimento social. Isso significa que os debates e as ações realizadas no II Enesc tinham como foco a saúde coletiva e o movimento social. Nada mais coerente que encerrar as atividades com uma manifestação pública. O evento é organizado pela Coordenação Nacional dos Estudantes de Saúde Coletiva – CONESC.

Para aqueles que conhecem o movimento estudantil, sabem que após quatro dias de reuniões acumulam-se sobre os organizadores e lideres uma montanha de encaminhamentos. Alguns para além da urgência. Esses estavam sendo apresentados ao município de Esteio naquele momento. Algo que qualquer pessoa com a mínima sensibilidade social poderia enxergar. Porém, os protestos dos estudantes ecoaram sobre as paredes gélidas da prefeitura sem qualquer ressonância. Naquele dia, a saúde não foi ouvida por ninguém. Porque chegaram depois do expediente.
Confesso que quando encontrei aquela turma animada fiquei louco de faceiro. Minha companheira Natália me avisou por telefone sobre o movimento. Fiquei curioso sobre o que se tratava. Ao procurar os organizadores encontrei uma turma muito alegre, completamente afinada, pois vinham de vários debates, com uma pauta de encaminhamentos fantásticos sobre os resultados de seus debates. Uma riqueza antropológica com representação de diversos estados brasileiros, com tema específico, mensurável, e com extrema carência de debate em nossa atualidade. Por isso parei para ouvir a mensagem dos estudantes de Saúde Coletiva.
Karina Cordeiro, da Universidade Federal da Bahia, enfatizou o centro dos debates acadêmicos realizados no encontro. “Nosso foco se manteve na Saúde Coletiva enquanto movimento social”, contextualizou a líder estudantil baiana. Os estudantes estavam orgulhosos com as representações internacionais, oriundas do Chile e de outros países da América Latina.

No protesto, os estudantes deitaram na rampa da Prefeitura escrevendo com seus corpos a palavra SUS. O gesto tinha por objetivo fazer uma defesa em torno do sistema único de saúde adotado no Brasil. “Este sistema é o mais correto e precisa ser aprofundado”, disse Paulo Henrique, da Universidade de Brasilia. Paulo demonstrou domínio sobre a realidade Latino Americana, no que diz respeito a Saúde Coletiva e valoriza o aprofundamento do Programa Saúde da Família. “O programa Saúde da Família é o caminho para chegarmos ao modelo Cubano, que seria um bom exemplo de saúde coletiva em uma nação”, disse Henrique, que esteve em Cuba este ano debatendo sobre os programas de saúde coletiva no País. Paulo ainda diz que o modelo cubano pode ser tomado como referência porque, da forma como ocorre em Cuba, o agente de saúde se adianta e busca atender o usuário, ao invés deste em que o usuário busca atendimento e nem sempre o tem. Alguns estudantes me pediram para gravar a participação de suas universidades, então segue a lista das figuras que estavam fazendo a maior festa em homenagem ao SUS em frente a Prefeitura de Esteio, no dia 14. Sozinhos.
UFAC –Acre; UEA – Amapá; UFRN – Rio Grande do Norte; UFBA –Bahia, UFMT – Mato Grosso; UNB – Distrito Federal; UFRJ – Rio de Janeiro; USP – São Paulo; UFU – Minas Gerais; UFPR – Paraná; UNILA – Paraná e UFRGS – no Rio Grande do Sul, anfitriã do evento.
Muito bom!!!!!
ResponderExcluirA Saúde precisa cada vez mais de pessoas assim...
Parabéns aos estudantes.
ResponderExcluirÉ uma grande pena que não fomos convidados, nem avisados, para este evento. O pessoal da SMS de Esteio participaria com certeza da atividade pois, também defendemos e lutamos diariamente pela consolidação do SUS - a maior conquista social do povo brasileiro. Poderíamos ter compartilhado a experiência de construção do 1º conselho local de saúde-junto a UBS Novo Esteio, que esta acontecendo no bairro onde ocorreu o evento, por exemplo. Infelizmente, faltou articulação com o município...
Tatiane Dela Pase - gestora pública, Flávia Scariot - enfermeira, Silvana Alfino - dentista, Iracema Biase - assistente social, Deise Araújo - técnica de enfermagem