Com o plenário da Câmara de Vereadores de Lajeado lotado por representantes de diversos segmentos regionais, dentre eles diversos estudantes, as Comissões de Segurança e Serviços Públicos e de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia realizaram, na manhã da sexta-feira (29/4), uma audiência pública para tratar da implantação de uma escola técnica pública federal no Vale do Taquari. Ao abrir os trabalhos, o deputado Luís Fernando Schmidt (PT), proponente da audiência, informou sobre o lançamento do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec), feito na tarde de quinta-feira (28) pela presidenta Dilma Rousseff, que intensificará a expansão da educação profissional em todo o País, oferecendo oito milhões de vagas até 2014. “Nosso objetivo é debater este tema e unir forças regionais para levar esta nossa intenção ao Governo Federal”, enfatizou Schmidt, lembrando que a luta é pela garantia do estabelecimento, independente do município a ser escolhido.
Representando a Prefeitura de Lajeado, a secretária de Educação Rose Hemann anunciou a intenção do município como candidato a sediar a escola, embora tenha afirmado que a prioridade é garantir a estrutura para o acesso ao ensino profissionalizante.
Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Lajeado, Valmor Scapini, é fundamental a preocupação com o ensino técnico. “Como empresários, necessitamos desse investimento no ensino técnico porque existe enorme carência de mão de obra qualificada. Este debate vem a calhar com a necessidade dos empresários e dos trabalhadores.”
O Promotor de Justiça de Lajeado, Neider Fachipetto, disse que a educação tem sido uma bandeira do Ministério Público. “No que se refere ao vácuo entre o ensino médio e o universitário, precisamos de uma alternativa. Somos parceiros e temos trabalhado na garantia do acesso e permanência dos alunos na escola e seremos parceiros pela conquista também da escola técnica.” A juíza Débora Gerhardt de Marque, diretora do Fórum do Lajeado, endossou as palavras do colega do Ministério Público, acrescentando que a discussão é necessária. “Estamos muito bem servidos de ensino fundamental, médio e superior, mas temos carência do técnico” disse.
A coordenadora da 3ª Coordenadoria Regional de Educação, Marisa Bastos, que representou a Secretaria Estadual de Educação, argumentou que a importância dessa escola profissional é muito grande. “Temos uma longa caminhada no sentido de qualificar o ensino profissionalizante em nosso estado. Esperamos um diálogo franco e aberto no sentido dessa construção e unidade aqui em nossa região para atingirmos nosso objetivo.”
No espaço destinado às manifestações da plateia, prefeitos, vice-prefeitos e vereadores de diversos municípios manifestaram a intenção de sediar a escola técnica. Também expuseram sugestões de cursos, dentre os quais se destacaram o setor moveleiro e a agroindústria familiar.
O representante do DCE da Univates, Carlos Portela, disse que os estudantes estavam recebendo uma aula de cidadania na manhã de quinta-feira. “O que é decidido entre portas fechadas, para nós não vale. O que é decidido publicamente, como acontece aqui, é o que tem valor para nós”, elogiou, salientando a importância de modalidades nas áreas de saúde e meio ambiente. “Quando forem ao Ministério da Educação para propor a escola, gostaríamos de ser convidados”, solicitou.
A caminhada, a partir de agora, além de apresentar oficialmente a proposta da região ao Ministério da Educação em uma reunião no dia 5 de maio, é promover uma discussão com as prefeituras com as propostas de cursos a serem sugeridos. “A ata desta audiência pública deverá constar na documentação a ser entregue ao MEC, indicando que também a Assembleia Legislativa, por meio de duas de suas comissões, junta-se a este importante movimento”, declarou o deputado.
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