Mobilização pelo Outubro Rosa na Avenida Presidente Vargas em Esteio, nesta sexta-feira, dia 28. Os ativistas distribuiram rosas e deram visibilidade à campanha em uma sinaleira com faixas e camisetas.
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Outobro Rosa em Esteio
Mobilização pelo Outubro Rosa na Avenida Presidente Vargas em Esteio, nesta sexta-feira, dia 28. Os ativistas distribuiram rosas e deram visibilidade à campanha em uma sinaleira com faixas e camisetas.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Agradecimento ao Zé Mauro, pelo seu ativismo

Zé Mauro é um grande parceiro da Esparta - Ação Tática e Estratégia. Trabalha em múltiplas frentes de atuação, todas relacionadas à cultura com ênfase à música, afetando famílias de diferentes regiões da cidade, que constituem significativa representação dos locais mais populosos de Esteio. Segue a manifestação pública de Zé Mauro, divulgada no Jornal Eco do Sinos, que relata o desenrolar de seu trabalho.
Vale ler o artigo,
Charles Scholl
Consultor
“ACORDES PARA VIDA”
Opa, opa! Sim eu sei, faz algum tempo que não aparecemos por aqui, nesse espaço tão precioso. E já que estivemos ausentes, aparecer assim, sem nenhum motivo, do nada, dizendo, olá gente tudo bem (?), é um tanto quanto...(sem palavras), bem (eh eh eh) o fato é, temos um bom motivo! A Silvia psicóloga e produtora cultural, eu Zé Mauro facilitador, queremos agradecer de todo o coração a todos que apóiam o Projeto de Vivências Musicais Acordes para Vida.
Tudo começou em 2006, na EST, Faculdade de Musicoterapia. Lá surgiu a idéia, enquanto acadêmico do curso, de realizar uma oficina musical baseada nos fundamentos da musicoterapia, destinada ao grande público onde toda e qualquer pessoa, com ou sem conhecimento musical, pudessem interagir entre si, vivenciando de maneira profunda e prazerosa, os benefícios que as atividades musicais transmitem, direcionadas através de técnicas com objetivos definidos, organizados. Foram realizados vários projetos pilotos, até que encontrássemos um caminho, um jeito de afinar as dinâmicas. Passamos por diversas faixas etárias de diferentes encontros, com os mais variados perfis de público. Finalmente encontramos um norte. Essa direção chegou veja só, poeticamente na melodia do nome do projeto: “Acordes para Vida”! Soubemos de imediato o que buscávamos. Acordar e ajudar a acordar, os que se permitem acordar para vida!
No meio do caminho, havia o Charles, ele não estava só. Com ele entrou em cena a Cacau. Começaram as primeiras conversas, poucas por sinal, bem daquele jeito de quem trabalha muito, mais do que fala. E por um passe de boa vontade e longas horas de neurônios pensantes, apareceu o Projeto descrito. Com tudo no papel, correu-se para o Conselho Municipal de Cultura, que acolheu o Projeto como todo Conselho deve fazer, de maneira séria e competente. Aprovado, O Fundo Municipal de Cultura municiou o“Acordes”, deixando-nos a vontade para atuar no campo de trabalho. Podemos então levar essa “nova” proposta de trabalho musical, aqui na cidade, para as Escolas Municipais Flores da Cunha, Vila Olímpica, Eva Karnal e APAE. Estivemos também na Casa de Cultura e na Associação do Parque Santo Inácio. Para cada local formaram-se grupos com até 20 pessoas, em alguns casos passou um pouquinho, de forma que ao término de 30 oficinas ofertadas, atendemos a média de 600 participantes. Quando escrevemos “participantes”, retratamos sem dúvidas, a gratificante aceitação por parte do público, que colaborou de corpo e alma. Pra se ter uma idéia a aceitação foi tanta, que a assistente social Maria Regina Santos Paz, responsável pelo grupo do Parque Santo Inácio, relatou-nos que mesmo tendo encerrado a primeira etapa do projeto, participantes do grupo estão retornando no dia e no horário das oficinas, na esperança que o projeto esteja ocorrendo.
Os ofícios emitidos pelas instituições avaliam “Acordes para Vida”, como um projeto necessário para o cotidiano por onde passou. Isso nos tranquiliza deixa-nos com o sabor da meta atingida. Sabemos que necessitamos melhorar alguns aspectos, principalmente no que se refere à estrutura orçamentária da atividade, entretanto, naturalmente o tempo e um trabalho bem feito, com qualidade, atrai os seus complementos. Apostamos fortemente na sensibilidade de pessoas que podem contribuir com a continuidade do projeto, assim como Cleiton Charutti do Grupo Charutti, que está patrocinando a segunda etapa do Projeto na Escola Municipal Flores da Cunha, até o final do ano letivo. Silvio Tassinari, da ST Contabilidade irmana-se à proposta e também lança seu apoio. Igualmente, o Conselho de Cultura aprovou mais uma etapa do “Acordes”, de forma que assim que os tramites necessários estiverem concluídos, ofertaremos mais 30 oficinas descentralizadas pela comunidade, todas com o foco da primeira etapa e inteiramente gratuitas para quem quiser experimentar.
Mas é hora de agradecer melhor! Então vamos lá! O nosso muito obrigado ao Charles do Jornal Eco dos Sinos, a Cacau Produtora Cultural, ao Rodrigo Assessor Parlamentar, ao Vereador Leo Dahmer PT – Esteio, a todas Equipes Diretivas, professores e funcionários das Instituições de Ensino por onde circula o “Acordes”, ao Conselho Municipal de Cultura – bravos voluntários, a Prefeitura Municipal, a Casa de Cultura e sua eficiente Equipe e sobre tudo ao público que comparece, participa ativamente de todas atividades propostas.
Todo esse conjunto coroa um sonho solitário que era apenas um sonho, por ser só, mas que agora é realidade. Mostra que aqui no município as coisas estão acontecendo sim. Melhor, amparadas pelo apoio de pessoas que representam os órgãos municipais. A Iniciativa privada que muito contribui, integra-se cada vez mais. É um novo tempo, presente, agora.
Existe ainda um longo e belo caminho a ser trilhado. Estamos cientes e felizes, pois sabemos que não estamos solitários nessa caminhada. Muito há o que fazer pela arte em nossa comunidade, pela vida e por outra pessoa, aquela que você enxerga por onde passa. A arte é o alimento da alma, assim como comida, água e ar, o são para o corpo. E como diz Beto Guedes: “Quem sonhou, só vale se já sonhou de mais, vertente de muitas gerações, gravado em nossos corações, um nome se escreve fundo...”
Para quem quiser contribuir com a expansão do Projeto, pode ajudar espontaneamente entrando em contato pelo e-mail zemauromt@hotmail.com, ou pelos telefones (51) 3459 3703 e (51)9364 7048 – teremos prazer em informar como você pode contribuir. Paz profunda, amor e luz. Grande abraço!
Silvia Adriana e Zé Mauro
Domingo foi dia de oficina de fotografia aos desbravadores
No domingo, dia 23, foi dia de ministrar o primeiro módulo da especialidade de fotografia aos desbravadores. Pela manhã, eu e a Ingrid atendemos o chamado do amigo Abraão para a realização da oficina.
Fui presenteado com a obra "A Grande Esperança", de Ellen G. White. O livro veio com a dedicação do Clube de Desbravadores Pioneiros do Vale, assinado pelo diretor Marcelo Guimarães. Eu e a Ingrid agradecemos a acolhida da turma.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Câmara de Esteio aprova moção de apoio à Água Pública

“A água é um bem comum. Um direito de todos”, afirmou o vereador Leo Dahmer (PT), nesta terça-feira(05), durante a aprovação da Moção de Apoio de sua autoria à PEC da Água. Para Dahmer, é necessário evitar no Estado processos como o que aconteceu em Uruguaiana, onde a população saiu prejudicada com a mudança no custa da tarifa. No texto da moção o vereador reforça que o tema merece regramento especial. A Proposta de Emenda 206/2011, apresentada pelo deputado estadual Luis Fernando Schmidt (PT), determina que estes serviços só poderão ser prestados por empresas públicas ou de economia mista sob o controle do poder público estadual ou municipal.
A emenda estabelece também que o Estado ou o município deverá deter, no mínimo, 51% do capital votante e 51% do capital social destas empresas, proibindo a delegação de gestão a empresas privadas.
A PEC 206/2011 aguarda votação na Assembleia Legislativa. Para ser aprovada, ela precisa passar pela apreciação do plenário, em dois turnos de votação. São necessários 33 votos para a sua aprovação. “É fundamental mantermos a água pública. Por isso precisamos trabalhar para a aprovação da PEC”, disse o deputado estadual Raul Pont (PT).
“Nosso propósito é de assegurar que as questões de ordem social prevaleçam sobre razões econômicas. As águas de domínio do Estado são um bem público essencial, cujo uso deve ficar subordinado ao interesse da população”, justifica o deputado Schmidt.
Representantes do Sindiágua/RS, o Coletivo Feminista Vânia Araújo e o Comitê Gaúcho em Defesa da Água Pública estiveram presentes na Sessão da Câmara de Vereadores de Esteio para defender o caráter público dos serviços de saneamento.
Confira a Moção na íntegra
Leonardo Dahmer, Vereador pela bancada do Partido dos Trabalhadores, requer, após cumpridas as formalidades regimentais e ouvido o Douto Plenário, que seja encaminhada moção de apoio à Proposta de Emenda à Constituição 206/2011, a PEC da Água, proposta pelo deputado estadual Luis Fernando Schmidt (PT), com cópia para os demais parlamentares da Assembleia Legislativa.
Motivo:
Esta moção é uma construção entre o Coletivo Feminista Vânia Araújo (integrante do Comitê em Defesa da Água Pública) e nosso mandato realizada através do entendimento que a PEC da Água, proposta pelo deputado estadual Luis Fernando Schmidt, tem grande importância, pois reforça a luta contra a privatização dos recursos naturais e dos serviços públicos necessários para cada cidadão gaúcho. A PEC estabelece que os serviços de saneamento ambiental do Rio Grande do Sul deverão ser, obrigatoriamente, executados por empresas públicas ou empresas de economia mista com controle estatal.
O propósito do projeto é afastar o risco da vez mais presente de privatização do setor. No Rio Grande do Sul, Uruguaiana é uma das cidades que já está sofrendo o mal desta privatização. Na cidade, os usuários são obrigados a pagar preço minimo referente ao consumo de 10m², fazendo com que a tarifa fique mais cara. Atualmente, não existe nenhuma garantia legal de que os serviços de saneamento permaneçam sob controle público.
Tarso rechaça editorial da RBS
Governador Tarso Genro, durante conferência proferida no Ministério Público do RS
O grupo RBS publicou um editorial neste sábado (22) manifestando “estarrecimento” pelo que chama de “ataque desfechado pelo governador Tarso Genro ao jornalismo investigativo”. O editorial acusa o governador de sustentar uma posição que “tende a interessar mais aos corruptos do que aos cidadãos”. ZH acusa Tarso também de querer “restringir preventivamente a liberdade de imprensa” e o trabalho da “imprensa livre e independente”, no momento em que “o país passa por uma limpeza ética”.
Na quinta-feira (20), em meio a uma conferência proferida no Congresso do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Tarso Genro criticou as práticas jornalísticas que denunciam, julgam e condenam, pretendendo substituir as instituições republicanas que têm essas atribuições. A RBS reagiu no mesmo dia, acusando o governador gaúcho de querer “censurar o jornalismo investigativo”. (A íntegra da conferência de Tarso Genro está disponível aqui.)
“A reação violenta da RBS”, declarou o governador Tarso Genro à Carta Maior, “parece querer interditar o debate e o faz através da manipulação da informação sobre a conferência que proferi no Congresso do Ministério Público”. “Essa conferência versa sobre um tema que vem sendo debatido em todo o mundo há mais de vinte anos e que aqui no Brasil ocorre no âmbito da academia e em setores da intelectualidade fora da academia: a superposição das instituições “de fato”, oriundas da força econômica do capital financeiro – agora em crise – sobre as instituições do Estado”. “Ela sequer versava”, acrescentou, “sobre alguma empresa de comunicação em particular ou sobre alguma investigação jornalística, ou, ainda, sobre a liberdade de informar. Tanto é que eu digo claramente na minha exposição:
(…) Não proponho, em absoluto, qualquer controle da informação por parte do Estado. Nem a sonegação de informações relevantes, para que os processos e as investigações tenham ampla publicidade pela mídia que, de resto, pode cumprir o papel político que quiser dentro da democracia. Nem se trata, também, de alegar a existência de uma “conspiração” dos meios de comunicação contra a democracia e o devido processo legal. Trata-se de compreender que já vivemos um período da sociedade da informação em que os poderes de fato, no capitalismo tardio, estão se sobrepondo aceleradamente ao poder das instituições formais do Estado. Isso não ocorre somente em relação à mídia, mas também em relação a outros poderes fáticos oriundos da força econômica dos grupos privados.
O governador acusou a RBS de querer interditar o debate manipulando o conteúdo de sua conferência ao “não publicar nem mencionar o trecho acima que dá sentido à toda a exposição”. “O que proponho – e isto está escrito também no texto da conferência – é uma união das instituições do Estado com os políticos sérios e honestos (que são a maioria em todos os partidos) para combater a corrupção, com mais condições técnicas para os inquéritos, reformas legais que acelerem os processos e os cumprimentos de pena”, afirmou Tarso. E acrescentou:
“O que faz reduzir a corrupção é a punição pelo Estado e não o justiçamento paralelo da mídia, nem as investigações dos repórteres, que obviamente podem ser feitos e devem ser feitos. Mas o produto destas investigações é matéria jornalística e é, portanto, mercadoria-notícia, não prova de crime”.
“Esta atitude da RBS, pretendendo interditar o debate com ameaças de campanhas difamatórias que estão subjacentes no mesmo editorial, marca o ápice da petulância e da arrogância que poucas empresas de comunicação têm a coragem de expor publicamente. Mentem, quando dizem que sou contra o jornalismo investigativo, quando o que sou contra é julgamento sumário de pessoas, independentemente de que sejam culpadas ou não. Mentem quando contrastam dois textos meus sobre assuntos diferentes, mesmo tendo, na Conferência, manifestação explícita da minha parte que confirma a minha posição de princípio a favor da total liberdade da imprensa e de respeito irrestrito ao trabalho dos jornalistas,” disse ainda o governador gaúcho.
Ainda segundo a avaliação do governador, “o sentido da avalanche de críticas que recebi está muito bem exposto no editorial de ZH desta manhã”. Mais precisamente, explicou, “está contido na expressão “limpeza ética”, de origem e marca bem conhecidos na história”. Recentemente na Europa Oriental se falava em “limpeza étnica”. Limpeza se faz num lugar sujo (a política e o país) e quem faz a “limpeza” é o virtuoso (a mídia), nós, humanos sujamos, por isso nem temos o direito de dizer que o processo judicial, o inquérito do Ministério Público e dos órgãos de controle, não podem ser superpostos por justiçamentos e linchamentos públicos, que transformam crimes comuns em crimes políticos e consequentes condenações políticas, sem direito de defesa com a mesma exposição e intensidade das acusações”.
“O editorial”, prosseguiu o governador, “chega a sugerir que estou tentando me proteger de futuras denúncias”. “É jogo sujo: eu poderia dizer, se fizesse o mesmo raciocínio, que quando eles atacam quem quer fortalecer o MP e o Judiciário, para evitar linchamentos públicos, eles estão protegendo corruptos que eles apoiam ou apoiaram. Mas, sinceramente não penso assim. Acho que eles não leram a integralidade da minha conferência e pensaram que ela era dedicada a eles”.
Por fim, Tarso Genro afirmou que não mudará um milímetro a relação que mantém com a RBS e nem com a imprensa em geral. “Essas controvérsias são boas para a democracia. Todos fulminaram sistematicamente Lula e o PT e a esquerda em geral, às vezes até com razão, e nós continuamos vivos e crescendo. Enfrentei seguidas manipulações da imprensa sobre as minhas posições quando Ministro da Justiça: caso da punição dos torturadores, caso Daniel Dantas, caso Battisti, caso Cacciola e nunca perdi a serenidade”. E concluiu:
“Na verdade o que temos com a grande mídia é uma divergência histórica de fundo: no ocaso do modelo neoliberal eles têm que substituir o alvo dos seus ataques, que era o “gigantismo” do Estado, agora é a corrupção e a política em abstrato, sem avaliar as suas origens e fundamentos, que, na verdade estão contidos na fraqueza das leis e das instituições, geradas pelo modelo econômico neoliberal, para combater o crime, a corrupção e o aparelhamento do Estado pelos grandes grupos econômico-financeiros, em detrimento da ampla maioria dos próprios empresários e sociedade em geral”.
Por Carta Maior.
O grupo RBS publicou um editorial neste sábado (22) manifestando “estarrecimento” pelo que chama de “ataque desfechado pelo governador Tarso Genro ao jornalismo investigativo”. O editorial acusa o governador de sustentar uma posição que “tende a interessar mais aos corruptos do que aos cidadãos”. ZH acusa Tarso também de querer “restringir preventivamente a liberdade de imprensa” e o trabalho da “imprensa livre e independente”, no momento em que “o país passa por uma limpeza ética”.
Na quinta-feira (20), em meio a uma conferência proferida no Congresso do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Tarso Genro criticou as práticas jornalísticas que denunciam, julgam e condenam, pretendendo substituir as instituições republicanas que têm essas atribuições. A RBS reagiu no mesmo dia, acusando o governador gaúcho de querer “censurar o jornalismo investigativo”. (A íntegra da conferência de Tarso Genro está disponível aqui.)
“A reação violenta da RBS”, declarou o governador Tarso Genro à Carta Maior, “parece querer interditar o debate e o faz através da manipulação da informação sobre a conferência que proferi no Congresso do Ministério Público”. “Essa conferência versa sobre um tema que vem sendo debatido em todo o mundo há mais de vinte anos e que aqui no Brasil ocorre no âmbito da academia e em setores da intelectualidade fora da academia: a superposição das instituições “de fato”, oriundas da força econômica do capital financeiro – agora em crise – sobre as instituições do Estado”. “Ela sequer versava”, acrescentou, “sobre alguma empresa de comunicação em particular ou sobre alguma investigação jornalística, ou, ainda, sobre a liberdade de informar. Tanto é que eu digo claramente na minha exposição:
(…) Não proponho, em absoluto, qualquer controle da informação por parte do Estado. Nem a sonegação de informações relevantes, para que os processos e as investigações tenham ampla publicidade pela mídia que, de resto, pode cumprir o papel político que quiser dentro da democracia. Nem se trata, também, de alegar a existência de uma “conspiração” dos meios de comunicação contra a democracia e o devido processo legal. Trata-se de compreender que já vivemos um período da sociedade da informação em que os poderes de fato, no capitalismo tardio, estão se sobrepondo aceleradamente ao poder das instituições formais do Estado. Isso não ocorre somente em relação à mídia, mas também em relação a outros poderes fáticos oriundos da força econômica dos grupos privados.
O governador acusou a RBS de querer interditar o debate manipulando o conteúdo de sua conferência ao “não publicar nem mencionar o trecho acima que dá sentido à toda a exposição”. “O que proponho – e isto está escrito também no texto da conferência – é uma união das instituições do Estado com os políticos sérios e honestos (que são a maioria em todos os partidos) para combater a corrupção, com mais condições técnicas para os inquéritos, reformas legais que acelerem os processos e os cumprimentos de pena”, afirmou Tarso. E acrescentou:
“O que faz reduzir a corrupção é a punição pelo Estado e não o justiçamento paralelo da mídia, nem as investigações dos repórteres, que obviamente podem ser feitos e devem ser feitos. Mas o produto destas investigações é matéria jornalística e é, portanto, mercadoria-notícia, não prova de crime”.
“Esta atitude da RBS, pretendendo interditar o debate com ameaças de campanhas difamatórias que estão subjacentes no mesmo editorial, marca o ápice da petulância e da arrogância que poucas empresas de comunicação têm a coragem de expor publicamente. Mentem, quando dizem que sou contra o jornalismo investigativo, quando o que sou contra é julgamento sumário de pessoas, independentemente de que sejam culpadas ou não. Mentem quando contrastam dois textos meus sobre assuntos diferentes, mesmo tendo, na Conferência, manifestação explícita da minha parte que confirma a minha posição de princípio a favor da total liberdade da imprensa e de respeito irrestrito ao trabalho dos jornalistas,” disse ainda o governador gaúcho.
Ainda segundo a avaliação do governador, “o sentido da avalanche de críticas que recebi está muito bem exposto no editorial de ZH desta manhã”. Mais precisamente, explicou, “está contido na expressão “limpeza ética”, de origem e marca bem conhecidos na história”. Recentemente na Europa Oriental se falava em “limpeza étnica”. Limpeza se faz num lugar sujo (a política e o país) e quem faz a “limpeza” é o virtuoso (a mídia), nós, humanos sujamos, por isso nem temos o direito de dizer que o processo judicial, o inquérito do Ministério Público e dos órgãos de controle, não podem ser superpostos por justiçamentos e linchamentos públicos, que transformam crimes comuns em crimes políticos e consequentes condenações políticas, sem direito de defesa com a mesma exposição e intensidade das acusações”.
“O editorial”, prosseguiu o governador, “chega a sugerir que estou tentando me proteger de futuras denúncias”. “É jogo sujo: eu poderia dizer, se fizesse o mesmo raciocínio, que quando eles atacam quem quer fortalecer o MP e o Judiciário, para evitar linchamentos públicos, eles estão protegendo corruptos que eles apoiam ou apoiaram. Mas, sinceramente não penso assim. Acho que eles não leram a integralidade da minha conferência e pensaram que ela era dedicada a eles”.
Por fim, Tarso Genro afirmou que não mudará um milímetro a relação que mantém com a RBS e nem com a imprensa em geral. “Essas controvérsias são boas para a democracia. Todos fulminaram sistematicamente Lula e o PT e a esquerda em geral, às vezes até com razão, e nós continuamos vivos e crescendo. Enfrentei seguidas manipulações da imprensa sobre as minhas posições quando Ministro da Justiça: caso da punição dos torturadores, caso Daniel Dantas, caso Battisti, caso Cacciola e nunca perdi a serenidade”. E concluiu:
“Na verdade o que temos com a grande mídia é uma divergência histórica de fundo: no ocaso do modelo neoliberal eles têm que substituir o alvo dos seus ataques, que era o “gigantismo” do Estado, agora é a corrupção e a política em abstrato, sem avaliar as suas origens e fundamentos, que, na verdade estão contidos na fraqueza das leis e das instituições, geradas pelo modelo econômico neoliberal, para combater o crime, a corrupção e o aparelhamento do Estado pelos grandes grupos econômico-financeiros, em detrimento da ampla maioria dos próprios empresários e sociedade em geral”.
Por Carta Maior.