quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Radiações do Fórum Social Mundial geram o Fórum Mundial da Educação em Canoas e o Fórum Social Temático em Porto Alegre

Por Charles Scholl


Na terça-feira (21) eu tive o privilégio de poder participar do Fórum Mundial da Educação – Pedagogia, Região Metropolitana e Periferias, que acontece em Canoas. É uma das atividades do Fórum Social Temático – Crise Capitalista, Democracia, Justiça Social e Ambiental que, por sua vez, se desdobra em Porto Alegre. O FST tem enfoque político e ambiental, com uma pauta tão ampla quanto o conceito que podemos atribuir à política. O FME é focado no debate sobre os preceitos pedagógicos, que tornou Canoas a 'meca' da educação ao tempo que referenda Paulo Freire a principal autoridade intelectual, que estabelece um espaço de intersecção entre tantas culturas humanas de todos os continentes.
É fundamental demarcar, desde já, a influência que o Professor Serginho, prefeito de Alvorada, tem tido sobre tudo em minha vida. Em um primeiro momento, poderiam dizer que pelo fato de estar liderando a comunicação naquela cidade, a relação deveria ser automática. Pois bem, vamos às verdades. Essa automaticidade geralmente proposta no senso comum é um grave equívoco. Uma grande farsa imposta pela ignorância, pela superficialidade de quem quer gerar conteúdos políticos sem ter qualquer conteúdo. Minha relação com o prefeito parte de mim, sequer sei se é compartilhada, mas se sustenta pelas ações desse ente público em cada passo do seu dia. Não o conhecia, porém ao tempo que tive a oportunidade de me aproximar deste líder popular, me deparei com uma das pessoas mais importantes da minha vida. O Professor Serginho sobrevive em um meio político que necessita de reformas para que se torne justo, porém consegue nessa atmosfera poluída decantar o ar mais puro daquilo que sempre me inspirou na política. 




Assim eu caí no Fórum Mundial de Educação, por opção dele. Na abertura pude registrar as autoridades federais, estaduais e municipais, de municípios de todos os continentes. Todos em um tom uníssono entoando cânticos por um outro mundo possível. Esse mundo está sendo pavimentado pelas opções políticas majoritárias dos brasileiros que elegeram Dilma Roussef presidenta do Brasil, como reafirmação das políticas públicas implementadas pelo presidente Lula, e pela escolha do governador Tarso Genro, aqui pelos pampas.
Percebemos logo quando alguém escreve sem ter o que dizer. Percebemos também alguém que tem o que dizer, mas tem dificuldades em escrever. Digo que faço esse discernimento pela história da minha própria jornada, em que um período da minha vida tive dificuldades muito acentuadas em expressar meus sentimentos por limites culturais que saltavam aos olhos. Toda vez que encontro alguém nessa situação, me solidarizo automaticamente, independentemente se essa pessoa defende uma ideia contrária àquela que defendo. Percebi que não dou tanta ênfase assim às convicções que defendo, ao perceber claramente que quando estamos convictos nos afastamos da criatividade, das impossibilidades que são superadas pelos humanos. Prefiro, por opção, viver no terreno do desconforto em que todas as ideias são postas à prova ao limite de sua destruição. Uma vez que tenhamos compreendido que tal ideia já não resiste a esse teste não temos motivos para mantê-la viva em nossos pensamentos. 


Assim sigo despido aos debates propostos no Fórum Mundial de Educação. Nesse primeiro dia me deparei com um grupo de ativistas pela educação pública de qualidade, da Espanha. “Crida por Uma Educaciòn Pública de Qualitat”, ecoa palavras de ordem que encontram grande consonância com a realidade Brasileira. Ao fundo temos o registro de grandes amigos, Alexandre Virgílio, doutor em educação que me inspirou a paixão pela cidade de Alvorada e o intelectual de esquerda Eduardo Mancuso, que me abriu as portas e possibilitou a minha apresentação pessoal ao prefeito Professor Serginho. Mancuso me presenteou com sua mais nova publicação “Ensaios Marxistas”, da editora renascença. Vou devorar a obra e comentar posteriormente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário