quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Reset – “Um novo ciclo”


Em um balanço pessoal, apropriado ao nosso calendário de final de ano, avalio que 2011 foi um período de muitos investimentos, que prometem uma agenda ativa para 2012. Natural que no final de cada ano façamos uma reflexão sobre as coisas, sobre a vida, sobre tudo. O contrario seria uma grande perda da possibilidade de acertar mais, de valorizar a vida e recheá-la de sentidos em sintonia com as ações do cotidiano. É o momento de reinicialização dos sistemas, ação característica dos finais de ciclo.

Nós, espartanos, acreditamos que esse é o momento de sistematizar as intervenções sobre as grandes ações políticas, avaliar os resultados sobre as atuações concluídas em 2011 e criar os anticorpos para agir sobre os erros cometidos. O planejamento é um momento divino, em que nos tornamos deuses sobre os processos futuros. Desejamos ardentemente, que nesse novo ano tenhamos energia para enfrentar os demônios cotidianos que surgem na vida para nos tirar do caminho.

Seguiremos nosso caminho ao longo desse novo período rumo aquilo que desejamos, e construiremos a cada dia os passos para alcançar as metas para chegar onde decidimos chegar. Acreditamos que planejar é tomar as rédeas da vida; é agir com responsabilidade sobre aquilo que é feito; é dar sentido a cada minuto da vida; é viver com intensidade; é respirar o sonho que acreditamos.

O final de ano também é o momento para revistar os conceitos, as certezas, os credos para que tenhamos condições de superar os limites da nossa compreensão sobre tudo. Estar com as janelas da mente abertas é fundamental para encontrar as oportunidades de realizar as expectativas existenciais, que estão no centro daquilo que nos move. Ao saber alinhar os desejos com a agenda cotidiana possibilitamos mais realizações, que alimentam a alma humana. O planejamento está na base racional da existência, é o ato de sonhar e pensar como realizar o sonho e torna-lo realidade. E, assim, realizar-se; realizando. Conte conosco.

Charles Scholl
Esparta – Ação Tática e Estratégia
Consultoria em Comunicação Social
“Conte conosco para
administrar seu espaço na opinião pública,
colocar seu produto no mercado,
acertar seu posicionamento e
fazer seu planejamento”.


Um feliz 2012.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Apale: Um feliz natal para Inês

Apale: Um feliz natal para Inês: Em meio a sua atividade liderando o Jornal Eco do Sinos, a diretora do semanário recebeu um feliz natal dos permissionários de Esteio. "A I...

Apale: Reconhecimento para quem conta a história da nossa...

Apale: Reconhecimento para quem conta a história da nossa...: A diretoria da Apale visitou as instalações do Jornal Destaque em Esteio, na quinta-feira, dia 21 de dezembro, para reconhecer a importânci...

Permissionários prestam homenagem aos passageiros


Na quinta-feira, dia 22 de dezembro, um grupo de permissionários integrantes da Apale, acompanhados de jornalistas prestaram uma homenagem aos seus maiores parceiros da cidade - os passageiros. Às vésperas do Natal, já desejando felicidades ao novo ano que se aproxima, Hélio Rosa, Jeferson Cardoso e Dirceu Balbinot, tomaram a lotação no centro de Esteio até a residência do jornalista e filósofo Heitor Hartmann, nas proximidades da Escola Coração de Maria. O trajeto foi acompanhado pelos jornalistas esteienses Sérgio Heráclito, do Jornal Eco do Sinos e Anderson Loureiro, do Jornal Destaque.

Veja a matéria completa

sábado, 24 de dezembro de 2011

Um feliz 2012 espartanos!!!!


A Esparta – Ação Tática e Estratégia nasce de uma necessidade básica em que todos temos de existir, de se comunicar, de dar forma aos princípios que regem nossas ações. De compreender os meios, clarear e objetivar os fins e de planejar o caminho que nos leve onde se quer chegar. Para nós espartamos não existe missão impossível.

Até podemos reconhecer a superioridade bélica de nossos adversários, mas estaremos no campo de batalhas até o último suspiro e, com essa atitude já conduzimos inúmeras batalhas consideradas por analistas, especialistas, como perdidas. Não se trata de vencer ou perder, mas de fazer da vida um campo de batalhas, com honra, sabedoria e muitas vezes a própria força para fazer valer o justo, o honesto sobre as tiranias que assolam as lógicas do mundo capitalista em que estamos inseridos. Sobreviver nesse meio requer, a maioria das vezes, disputar mercados, territórios, jurisprudências e fizemos isso com todo entusiasmo a cada centímetro de território conquistado por ideias, ideais, opiniões, sensibilidades, vivências que se manifestam em todas as esferas da vida.

Na sociedade, na política, na economia, na pessoalidade, pois acreditamos que a vida é um todo e não existe conquista vitoriosa sem que de fato mude a vida das pessoas para melhor.
Se você quer mudar o mundo com suas ações, projetos, programas sociais, com a atividade de sua empresa, com suas atitudes, então somos parceiros. Você pode contar com a Esparta – Ação Tática e Estratégia, que deseja a todos um feliz 2012, de muitas conquistas, de muita justiça, de muito trabalho em prol de um mundo melhor e que esse caminho que estamos determinados a trilhar seja percorrido com muita paz.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

MENSAGEM DO GOVERNADOR DO ESTADO


"Eu quero, aqui de Porto Alegre, da nossa capital de todos os gaúchos, enviar meu abraço carinhoso e fraterno a todas as famílias, a todas as pessoas, solitárias ou não, que se encontram no interior do Estado do Rio Grande do Sul. Lá nos fundões dos campos, nas nossas cidades interioranas, nas nossas médias e grandes cidades do Interior, um abraço muito fraterno desse governador que, não só tem orgulho de governar os gaúchos, mas também tem orgulho de ser permanentemente observado, criticado, pautado pelas representações da sociedade civil e pelas opiniões de cada gaúcho e de cada gaúcha a respeito do nosso governo. Um Natal cheio de fraternidade e um Ano Novo cheio de luz e progresso para todos nós."

TARSO GENRO

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Evento cancelado - logo informo nova data - O Plano Brasil Maior e o desafio do desenvolvimento


Os Grandes Debates – Destino e Ações para o Rio Grande aborda a estratégia de desenvolvimento que está sendo encabeçada pelo Governo Federal. O presidente da Assembleia, Adão Villaverde fecha com chave de ouro a investida pelo diálogo em prol do desenvolvimento dos gaúchos. O evento será realizado no dia 19 de dezembro (segunda-feira), às 19 horas, no Plenarinho da Assembleia Legislativa (3º andar). Os gaúchos vão debater o tema diretamente com Alessandro Teixeira, Secretário Executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

O Plano Brasil Maior, criado pelo governo federal, atinge os setores intensivos de mão de obra, como calçados e móveis. Entre outras medidas, desonera a folha de pagamento e cria medidas de proteção à produção local. É uma importante iniciativa da presidenta Dilma, que deve trazer mais desenvolvimento e o crescimento da oferta de emprego.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Heitor Hartmann retorna de viagem


Esteio recebe de braços abertos o jornalista e filósofo Heitor Hartmann, que estava em Minas Gerais visitando amigos. Aposentado, Heitor, com 78 anos é conhecido em nossa comunidade pela atuação como professor de oratória, junto as entidades empresariais do município. É autor do Livro “Milagres da Palavra”, obra em que divide parte de seu conhecimento e a importância que confere á comunicação na relação das pessoas na sociedade. Comunicador nato, Heitor deu forte contribuição para os veículos de comunicação de Esteio. Na mais recente viagem, visitou amigos nos municípios de Ituiutaba e Uberlândia, em que foi Diretor do Jornal Diário Regional e teve forte atuação política nos municípios. A Esparta lhe dá as boas vindas à nossa cidade e lhe deseja muita saúde e um feliz 2012.

Dilma anuncia construção da segunda ponte sobre o Guaíba


A Presidenta Dilma Roussef noticiou em entrevista coletiva realizada no Cais Mauá na tarde desta terça-feira, 13, a licitação para a construção da segunda ponte do Lago Guaíba. O Superintendente de Portos e Hidrovias, Vanderlan Vasconselos, que acompanhou de perto a manifestação da presidenta. Em rara oportunidade, ele esteve com Dilma, minutos antes da coletiva, e destacou a oportunidade histórica da visita e pediu pelas hidrovias, pólo naval e indústria oceânica no RS. Vanderlan a felicitou pelo seu aniversário que aconteceu ontem, quarta-feira (14).

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Nota do Jornalista Marcos Rolim



Prezados amigos (as):

Em agosto de 2010, na festa dos meus 50 anos, um grupo de amigos, liderados pelo Charles Scholl e Marcelo Rubin, me deu um presente muito carinhoso: um vídeo com depoimentos. O vídeo está agora disponível no YouTube em duas partes: 1º parte- http://www.youtube.com/watch?v=lUfm3-acbdw&feature=related e 2º parte- http://www.youtube.com/watch?v=1LyrBknQ94w&feature=related Acho que, de alguma forma, ele tem um pouco a ver com todos nós e com uma geração de muitas lutas e sonhos.

Abração

Marcos Rolim

Obtido pelo site de Mauro Gaglietti
http://maurogaglietti.imed.edu.br/?p=2735

Comissão de Urbanização se reúne com consórcio Operacional de Esteio


O gerente administrativo do Consórcio operacional de Esteio (COE), Jeferson Cardoso da Silva, participou da reunião com a comissão de Urbanização da Câmara de Vereadores, integrada pelos vereadores Leonardo Dahmer (PT), Jane Battistello (PDT) e Jaime da Rosa (PSB) juntamente com a moradora do Bairro Novo Esteio Juliana Rosa Silveira, na tarde desta terça-feira (6). Em pauta reclamações de moradores com a demora das lotações no bairro.

A moradora indicou os transtornos que ocorrem nas linhas, como os conflitos nos horários e o excesso de velocidade. Também relatou que os fiscais não sabem informar corretamente os horários. “Os horários não são cumpridos corretamente, às vezes passam duas lotações juntas e depois demoram mais de 30 minutos para chegar na parada”, disse Juliana Silveira. A sugestão da moradora é que seja feito um melhor treinamento nos profissionais da empresa. Jeferson Cardoso garantiu que entrará em contato com o setor de tráfego para solucionar o problema. O gerente agradeceu o convite da comissão e aproveitou para entregar os itinerários das lotações.

Jeferson é um dos integrantes da Apale no Consórcio Operacional Esteio e sempre recebeu as reclamações como uma possibilidade de melhorar a qualidade do serviço. No diálogo com a moradora do bairro, o micro empresário relatou suas experiências como motorista, que contribuíram muito com o encaminhamento das soluções. A Apale é 100% formada por micro empresas e, na sua grande maioria, são motoristas que se tornaram empreendedores de seu próprio negócio. A proximidade com a atividade profissional ao volante nos traz uma experiência que facilita a relação direta com a comunidade, comenta Jeferson.

Conheça o site do COE e da APALE

Esteio vai fazer financiamento de R$ 3 milhões para pavimentação



O prefeito esteiense Gilmar Rinaldi participou, na tarde desta segunda-feira (12), no Palácio Piratini, em Porto Alegre, do lançamento do Badesul Cidades, programa do Governo do Estado que vai investir R$ 127,5 milhões em 108 municípios gaúchos. Para Esteio, serão destinados R$ 3 milhões, recursos que serão aplicados em projeto de pavimentação das vias do município.

No final da solenidade, o prefeito assinou o protocolo de intenções junto com o presidente do Badesul, Marcelo Lopes, e o secretário do Gabinete dos Prefeitos e Relações Federativas, Afonso Mota. Agora, o projeto será analisado pelo banco e, em seguida, encaminhado para abertura de licitação. O Município terá 48 vezes para pagar o financiamento, com uma carência de 12 meses da assinatura do contrato.

Na cerimônia, o governador do Estado, Tarso Genro, destacou a importância da quantia destinada aos municípios com este investimento, lembrando que, quando bem aplicados, esses recursos se frutificam e são fundamentais para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Tarso Genro também elogiou a qualidade técnica das equipes do Badesul e da Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SPDI). “Num grande esforço coletivo, em apenas 11 meses de Governo, conseguimos reestruturar a matriz tributária, atrair empreendimentos e fortalecer a relação com o Governo Federal”, ressaltou

Já o presidente do Badesul, Marcelo Lopes, enfatizou que é o foco prioritário da instituição fortalecer o desenvolvimento econômico e social dos municípios. “Do montante (R$ 127,5 milhões), R$ 101 milhões são recursos próprios do Badesul, o que representa um grande esforço da instituição para atender as demandas das prefeituras”, assinalou.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Luis Lauermann apresenta projeto para restringir retirada da água do Rio dos Sinos

CRÉDTIO FOTO: JOÃO ARNHOLD

O deputado Luis Lauermann divulgou nesta segunda-feira (12), em audiência pública sobre a situação emergencial do Rio dos Sinos, que protocolou na Assembleia Legislativa projeto que proíbe a retirada de água com finalidade de irrigação agrícola de forma intensiva da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos. O projeto de lei deve ser publicado no Diário Oficial da Assembleia nesta terça-feira e seguirá os trâmites da casa legislativa. Isso atinge principalmente as lavouras de arroz que vêm captando grande volume d’água na região, conforme estudos feitos pelo Comitesinos.
De acordo com o deputado, as prefeituras fizeram avanços significativos na questão do saneamento e da restrição de licenças para captação da água do rio, mas é preciso avançar ainda na cultura do bom uso da água. “As adversidades nos exigem posturas e temos que fazer opções. Não há dúvida de que o abastecimento de água para a população é prioridade”, ressaltou Lauermann.

O projeto prevê que o poder executivo poderá implementar programa de apoio para a conversão de sistemas de produção de uso menos intensivo e ou para armazenamento de água.

Charles Scholl: O movimento e a estática....

Charles Scholl: O movimento e a estática....: O movimento é relativo e sempre estará associado a algo estático, que justifica e dá a razão do próprio movimento. Já pensou que a sensação ...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

do Site da Câmara de Esteio - PEC que proíbe privatizar serviços de água é aprovada pela comissão de Saúde da AL


Registrei o vereador Leo e o Rodrigo - Militantes de Esteio vibraram com a vitória da PEC na Comissão de Saúde, mas permanece a preocupação com a situação do Rio do Sinos.

Os vereadores integrantes do Comitê de Acompanhamento das Ações do Pró-Sinos, Jaime da Rosa (PSB), Leonardo Dahmer (PT) e Jane Battistello (PDT), estão comemorando a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que restringe a empresas públicas o direito de explorar serviço de água no RS, na manhã de ontem (7), pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa. A ideia é que, com a aprovação da Comissão, a proposta, que proíbe concessões à iniciativa privada, entre na pauta de votação do plenário. "Mobilizamos diversos municípios em um seminário na última semana onde o tema central foi a não privatização da água. Vamos aguardar, agora, a votação do plenário, onde a matéria precisa de 3/5 dos votos dos deputados, em dois turnos", destacam.

De autoria do deputado Luiz Fernando Schmidt (PT/RS) o projeto estabelece os serviços sobre a água como um serviço público essencial à vida. Ele explica que o propósito é de assegurar que as questões de ordem social prevaleçam sobre as de ordem econômica. “As águas de domínio do Estado são um bem público essencial à vida, cujo uso deve ficar subordinado ao interesse da população”, justificou, salientando que o texto da PEC não trata da exclusão da participação da iniciativa privada na execução dos serviços de abastecimento de água e tratamento de esgoto.
Chamada de "PEC da água", a matéria muda a Constituição do Rio Grande do Sul, garantindo o caráter público dos serviços de água e saneamento. A PEC também prevê que os serviços de água e esgoto só poderão ser prestados por empresas públicas ou de economia mista com o controle do poder público estadual.


confira

Regime Próprio de Previdência e a virtude na política



Vale percorrer todos os caminhos pela busca da virtude na política, pois os passos dados pelos trilhos da política do poder pelo poder nos trouxe à possibilidade de eliminar a humanidade com duas guerras mundiais.




Já aprovado na Câmara de Vereadores, o Regime Próprio de Previdência de Esteio, imprime mais uma pauta na agenda pública do município. Desde sua implementação, os atores sociais que se debruçaram sobre a melhor formulação possível para a nova instituição, observaram a complexidade do tema que é completamente apartado do senso comum. A proposta desenvolvida pela Prefeitura de Esteio teve acompanhamento de uma empresa terceirizada especializada em produzir os regramentos junto a consultoria jurídica do município e a produção dos percentuais resultantes do cálculo atuarial. O cálculo atuarial (nova palavra em nossa agenda pública) foi conferido por técnicos contratados pelo SISME, que fizeram trabalho em paralelo, com outra empresa contratada, que em posse das pranchas (outra palavra nova) com os dados dos funcionários do município, fizeram a fiscalização. A Câmara de Vereadores serviu como espaço adequado para apresentar o tema à sociedade. Com isso, realizou três Audiências Públicas com a presença dos funcionários, movimento que possibilitou a popularização do tema. Após a aprovação, na sessão do dia 1 de novembro, o município ganha 90 dias para implementar a estrutura que irá administrar o sistema previdenciário dos funcionários do município por cálculos de autonomia de 75 anos.
A novidade do Regime Próprio de Previdência trouxe à epiderme nuances desprezadas no cotidiano da política. De início, a própria política encontrou espaço para expor o desgaste que vive em nosso tempo. O assunto saltava aos olhos a todo o momento, na medida que o texto do projeto se mostrava correto, porém a preocupação central manifestada pelo SISME, por parlamentares e lideranças políticas questionava as possibilidades de má conduta, corrupção, malandragem, tudo em hipóteses. Os mais informados apresentavam exemplos de situações em que a índole dos gestores falhou promovendo prejuízos para muitas pessoas, com desvio de dinheiro público. Percebemos, por outro lado, que a preocupação sempre foi a criação de um texto infalível contra o achaque dos corruptos.
Além da estratégia defensiva na constituição do documento que, nesse ponto colocou todos, oposição e situação, do mesmo lado contra as possibilidades de corrupção, roubo ou fraude, também esteve presente a preocupação da autonomia. Um integrante da comunidade, aposentado do Banco do Brasil, Ênio, participou de forma brilhante com sugestões que traziam em seu âmago a preocupação da autonomia e provou que tais questões não estão contempladas na proposta. As observações vieram praticamente juntas. A autonomia entre os poderes traz credibilidade, muito escassa no ambiente da política. Nesse sentido, a proximidade da administração e o pertencimento sobre os recursos do fundo que dará sustentação ao Regime Próprio de Previdência também foram evocados como argumentos de lisura. Como disse o diretor de administração, Oraci Chitolina, as pessoas da cidade não vão tolerar fraudes, já que o recurso é do município. A afirmação se deu diante da proposta levantada pela ex-vereadora Jane Krahe, que ao debulhar o documento, sugeriu mais rigor na fiscalização para proteger o fundo.
É possível perceber que o processo de implementação da nova instituição está se dando na era digital. As ferramentas da internet, home-page e toda a tecnologia permitiu em tempo real o acompanhamento por parte dos interessados, com a publicação das atas, sínteses noticiosas, fotografias e documentos disponibilizados no site da Câmara de Vereadores de Esteio. Uma preocupação clara do Poder Legislativo em garantir a transparência sobre o processo. A mesma preocupação com a transparência pôde ser percebida pela Prefeitura que, ao elaborar o projeto, constituiu o grupo de trabalho e a forma como pretende administrar a nova instituição.
O debate em torno do Regime Próprio de Previdência contribuiu para mostrar que os gestores públicos, de maneira geral, estão preocupados com a corrupção. Compreendem que sistemas falhos contribuem para desvios de recursos e, com isso, avaliam que não existem santos entre nós. Que a nossa democracia já está mais madura. Que compreendem a luz pública como alternativa ao combate à corrupção e as fraudes, tornando evidente a estratégia da participação popular como saída para nos salvar da banalidade do mal, presente nos regimes totalitários que marcaram nossa história ao longo do século XX. Que ao abrir à comunidade, encontramos em nosso tecido social pessoas com capacidade para contribuir, tal como foi com a ex-vereadora Jane Krahe e com o advogado Ênio. Que ao apontar suas críticas em torno da política, manifestam e compartilham, ao mesmo tempo, todas essas virtudes.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Para nós, o João de Deus....felicidades

Nas entrelinhas da vida registrada nas Páginas do Jornal Eco do Sinos está presente a personalidade de uma pessoa especial. O papel tem sido o plano físico em que são depositadas suas impressões sobre o mundo, a partir do olhar esteiense. É impossível separar o texto de seu autor, pois ele brota da alma de quem escreve. A equipe do Jornal Eco do Sinos tem isso presente a cada suspiro cotidiano, quando aguarda com ansiedade sua elaboração, desde as reuniões de pauta onde surgem os conteúdos que são elaborados pelo jornalista João Machado. Seu trabalho encontra plena sintonia com o diretor Sérgio Heráclito, que dá forma nas páginas, diagramando os conteúdos que sintetizam a vida da cidade para ser partilhada por todos. Quando chega da gráfica a diretora Maria Inês faz questão de levar em mãos aos assinantes e seus colaboradores a concretização do trabalho. Essa dinâmica mantém o Jornal Eco do Sinos vivo por mais de 25 anos. Uma dinâmica que só é possível de ser mantida pelo amor à atividade da comunicação, já que um simples estabelecimento comercial poderia ser infinitamente mais lucrativo.
No dia 5 de dezembro todos pararam para olhar e dar importância à alma do jornal. Foi o aniversário do João, uma pessoa iluminada e religiosa, que faz da sua fé o combustível que nos motiva a continuar acreditando na construção de um mundo melhor. Muitas vezes podemos acreditar que o Eco do Sinos está fora de seu tempo ao pregar a honestidade nos negócios, a valorização dos segmentos mais vulneráveis do nosso tecido social, ao dar visibilidade às pessoas que dão vida para nossa cidade. Tal comportamento encontra franca contradição com o tempo da frieza nas relações, da sacanagem na política, da construção de esfinges simbólicas que se edificam cotidianamente na mentira e no estelionato intelectual. Muito desse contraste se dá pela alma do João, que vira a alma do Eco do Sinos e que não se acovarda em remar contra a correnteza, desde que seja o caminho da justiça social. Ele é um dos responsáveis pela manutenção deste guardião da qualidade da opinião pública da cidade de Esteio – o Eco do Sinos. Uma pessoa que temos orgulho de integrar nossa equipe e que amamos muito, por nos propiciar um cotidiano saudável em que um aprende com a vida do outro. Um feliz aniversário João, é a mensagem da equipe do Eco do Sinos, seus colaboradores e da comunidade esteiense que agradece seus esforços em nos manter informados.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Schmidt fala sobre a PEC da Água durante seminário em Esteio



O deputado Luís Fernando Schmidt (PT) será um dos painelistas do 4º Seminário do Comitê Intermunicipal Legislativo de Acompanhamento das Ações do Pró-Sinos, que será realizado nesta quarta-feira (30), na Câmara de Vereadores de Esteio, com o tema Não à privatização da água. O parlamentar participa, em conjunto com o diretor de Operação da Corsan, Ricardo Rover Machado, do painel “breve histórico, ações e perspectivas do saneamento no RS, com enfoque na Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos”. Schmidt falará sobre a PEC 206/2011, a chamada PEC da Água, a partir das 10h45min.
Em tramitação na Assembleia Legislativa, a PEC apresentada pelo deputado no início deste ano determina que o Estado ou o Município detenham, no mínimo, 51% do capital votante e 51% do capital social das empresas de saneamento. A proposta não impede a participação da iniciativa privada, que pode deter até 49% do capital, mas quer garantir que o controle acionário seja do Estado, para prestar e planejar os serviços sobrepondo as necessidades da população aos interesses econômicos. “O debate que estamos propondo no Rio Grande do Sul busca ampliar a consciência em torno da ideia de que a água não é mercadoria e que em países que privatizaram o serviço, como França, Inglaterra e Bolívia, houve aumentos abusivos de tarifas, causando a indignação da população e a retomada do controle público do serviço. No Brasil, não será diferente”, adverte.
Também serão palestrantes do seminário, que se inicia às 8h30min e vai até as 16h, o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi; o presidente da Associação Nacional dos Serviços de Saneamento (Assmae), Silvio José Marques; o diretor executivo do Consórcio Pró-Sinos, Júlio Dorneles; Vera Rambo, coordenadora do Projeto Cata-Vida, de Novo Hamburgo, entre outras autoridades na área ambiental e de saneamento.
Atualmente sob a presidência do vereador de São Leopoldo Nestor Schwertner (PT), o Comitê surgiu em 2007 e é integrado por vereadores de 32 municípios da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Um até logo para o amigo Alceu

Naquela quarta-feira, dia 23 de novembro, retornava para casa e o vi caminhando. Pensei e pronunciei em um silêncio confidencial de quem fala consigo, “alles gut”. O cumprimento secreto tinha sido para meu amigo Alceu, motorista da prefeitura, já que eu passava de carro e ele não tinha me visto. Não imaginava que esse gesto solitário seria o último, que não veria mais meu amigo caminhando pelas ruas da cidade com sua bolsa térmica em mãos. Ocorre que naquela noite, por volta das 22 horas o Alceu sofreu um ataque súbito e faleceu.
Eu estava trabalhando on-line, em casa, quando a notícia chegou e não acreditei. Pela manhã do dia seguinte o Secretário de Articulação Institucional e Comunicação, da Prefeitura de Esteio, Sigfried Bernich me mandou uma mensagem SMS e então, dividi a informação com minha esposa e choramos juntos a inconformidade da perda do amigo. É evidente que o sentimento que me assolava naquela manhã não tinha qualquer comparação com a situação que vivia os familiares do meu amigo pela perda do avô, do pai, do esposo. Nossa afinidade se deu, no início, pelo idioma alemão, que utilizávamos para nos cumprimentar e, diante das tensões cotidianas, fazer piadas. Piadas que só nós compreendíamos, repletas de palavrões disparados por mim, que o deixava enrubescido. Depois cada um ia para o seu lado às gargalhadas ao tempo que a plateia do entorno ficava com aquela expressão interrogativa, sem solução.
Ele trabalhava na Secretaria da Habitação e, na primeira oportunidade que tive, fiz um esforço para que integrasse nossa equipe, junto a secretaria da Comunicação. Sua postura profissional era impecável e foi um grande apoiador do Prefeito Gilmar Rinaldi, motivo de muitos debates que ocorriam em torno da mesa do Rogério, no subsolo da Prefeitura, logo que retornei para Esteio, em 2005. Depois disso, a Jornalista Clarissa Collares tomou frente na organização da programação de valorização dos funcionários da prefeitura. Ação que via com bons olhos, pois ações de endomarketing sempre foram muito raras e a ideia de valorização dos servidores se debruçava historicamente sob o aspecto economicista e salarial. Via a ação da Clarissa como um gesto administrativo de vanguarda ao implementar o programa de mostra de talentos entre os funcionários. Entre músicos anônimos, atores, poetas encontramos o Alceu apresentando seu talento com pudins e culinária típica alemã. Impressionante!!!
Logo esse talento se tornou popular entre todos e ninguém mais conseguia levar um dia de trabalho sem saborear uma trufa. Nas ceias da equipe ele assumia sua vocação de mestre cuca e preparava, com muito carinho e dedicação, a refeição que marcava na memória a festa e a confraternização. Nos momentos especiais eu encomendava a famosa lasanha de salmão, que compartilhava com os amigos mais íntimos. Sempre que fazia isso lembrava a importância da ação liderada pela amiga Clarissa, que ora revelara um talento que se escondia por detrás do volante. Creio que Alceu permanecerá na memória de todos como uma pessoa de paladar refinado, que conhecia muito da culinária, ao invés do motorista da prefeitura que caracterizava sua função profissional. Creio que ele será lembrado pelo seu talento, pela sua simpatia e pelo espírito brincalhão que lhe marcou, ao longo do tempo, em sua face traços claros de quem passava grande parte de seu dia com um sorriso impresso no rosto.
Em seu velório, realizado no dia seguinte em São Leopoldo, ainda não tinha me dado conta de como Alceu marcou minha vida. Enquanto o ministro religioso fazia a cerimônia percebia que algo estava muito desconforme com meu amigo. Pois já se passavam alguns minutos e seu semblante não mudara, coisa que em situação normal não ocorreria, em pouco temo em sua presença sempre emergia um marcante sorriso. Olhei para o lado, mesmo sem falar nada, minha esposa então disse: _ Nunca tinha visto ele tanto tempo sem sorrir. Uma bela síntese da vida e juntos choramos e nos despedimos dele com um até logo. Tivemos a clareza de que ele estava sempre presente conosco, mesmo quando vida profissional nos colocou em caminhos diferentes. Agora não será diferente, pois o limite da vida é algo que ele conheceu primeiro, mas essa lição será conhecida por todos nós e desejo poder reencontrar o amigo, caso isso seja possível.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O JORNALISMO COMO DESAFIO

Marcos Rolim

Alguém, no Brasil, que se interesse por política e que deseje saber o que os governantes, os parlamentares e os gestores públicos estão fazendo ou planejando não encontrará muita informação de qualidade em nossos jornais e revistas.
Se houver o interesse de compreender as decisões políticas, o problema será ainda maior. Atualmente, são pequenas as chances do leitor exigente encontrar uma análise política que acrescente algo relevante àquilo que todos sabem. Primeiro, porque os jornais não oferecem o espaço necessário para o texto. Os veículos precisam aumentar o número de leitores e perseguem este objetivo, como regra, simplificando as abordagens. O pouco tempo para a produção das matérias e a redução do número de profissionais nas redações pavimenta o caminho para a superficialidade. Se desconsiderarmos os pequenos espaços, reservados aos artigos de opinião e à elaboração cada vez mais esporádica de matérias consistentes, fica evidente a tendência editorial em favor das matérias curtas, das notícias cada vez mais descontextualizadas, e, é claro, da cobertura do “escândalo” da vez.

O papel do jornalismo investigativo é muito importante – especialmente em uma realidade como a brasileira. Mas é preciso considerar que, se a esmagadora maioria das matérias sobre política dão conta de práticas suspeitas ou de fofocas eleitorais, o que se torna invisível é, precisamente, a substância das políticas públicas. Neste particular, a recente polêmica de Caco Barcelos com a colunista da Folha de São Paulo, Eliane Catanhede, na Globo News, sugere uma agenda importante.
Referindo-se ao papel da mídia na derrubada de ministros, Eliane disse que 2011 estava sendo um ano “alvissareiro” para a imprensa brasileira. Caco Barcelos, então, pergunta: “Será mesmo?” Seu argumento é que tem sido comum que matérias acusem, e também sentenciem, uma conduta que não constituiria propriamente “jornalismo”. Em recente seminário da AJURIS, o Desembargador Cláudio Baldino Maciel assinalou que, se juízes fizessem jornais, eles teriam uma linguagem inacessível, seriam longos, chatos e nunca seriam editados com a necessária agilidade. Por outro lado, disse, se jornalistas prolatassem sentenças, elas seriam muito rápidas, inapeláveis e frequentemente injustas. Penso que, neste ponto, lhe assiste toda a razão e que o melhor jornalismo é aquele que informa, não aquele que julga. Ocorre que, para bem informar, é preciso que o jornalismo reflita a complexidade do real. Vale dizer: é preciso lidar com fenômenos contraditórios que nunca serão apreendidos imediatamente e cujos significados mais importantes demandam, sobretudo, o pensamento. Reside aí, precisamente, o maior desafio do jornalismo: informar para estimular a reflexão autônoma, a dúvida sistemática. Quando o jornalismo produz certezas, algo nele vai muito mal. Quem “paga a conta”, claro, é o leitor que pensa que compreendeu tudo quando sequer lhe foi oferecida a condição para que comece a ver para além da névoa que encobre o mundo

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Fragmento do texto "Entre o prazer e o direito, um elogio à emancipação das pessoas"


Fragmento do texto "Entre o prazer e o direito, um elogio à emancipação das pessoas".

As revoluções tecnológicas incidiram diretamente no comportamento das tribos, que se tornaram cidades-estado, reinos e, mais recentemente, concebeu-se o estado-nação. Com o aprimoramento tecnológico surgiram as indústrias, a produção em série e a concentração humana nos grandes centros urbanos. Por todo esse percurso os indivíduos trazem consigo as angústias decorrentes dos tencionamentos entre o desejo de cada um e a vida coletiva.

Para Hanna Arendt, os conflitos entre o universo individual e o coletivo é mediado pela política. Em decorrência deste ponto de vista, Hanna conclui que a política não está no homem, mas entre os homens. O momento de crise da política está diretamente relacionado a crise das civilizações. O descrédito da política tem relação com a ideia de fracasso social. No século XX a humanidade viveu as experiências do totalitarismo genocida, racista, homofóbico e as grandes guerras mundiais.

Nesse período a tecnologia foi determinante para que a falência da política fosse apresentada à humanidade, como a possibilidade de sua própria destruição. Os ataques nucleares imprimiram nova dinâmica entre as civilizações. O sucesso de determinadas civilizações organizadas em seus respectivos territórios políticos, apesar de seu desenvolvimento tecnológico, manteve-se relacionada a capacidade de agir em conjunto com o conhecimento voltado à destruição e dominação do outro.

Aqui temos motivos suficientes para qualquer pessoa ter aversão a política. Ocorre que essa contrariedade cria as condições ideais de controle sobre os indivíduos. Porém, o grande equívoco decorrente da negação da política está na fragilidade do indivíduo perante a força coletiva que se deposita nas mãos daqueles que não negam a política. Hoje, no Brasil pelo menos, o sistema representativo elege os dirigentes públicos dos poderes Legislativo e Executivo, seja no município, nos estados ou no território político da nação brasileira.

O desafio de nossa nação é garantir para cada indivíduo as oportunidades fundamentais à vida. Somente assim é possível compreender esse espaço territorial como uma nação, pois não existe sociedade em que somente uma das partes é beneficiada, ou seja, tal situação jamais pode ser chamada de sociedade.

Teremos então outras nomenclaturas mais apropriadas, com definições conceituais mais honestas ao utilizar termos como ditadura, totalitarismo ou outro termo que aponte a extinção da participação no poder de uma das partes e a definição deste segmento como parte escravizada. A lógica desse sistema tem uma fina sintonia de fidelidade com a ideia do totalitarismo, que saltou aos olhos diante das terríveis experiências políticas vividas pela humanidade no decorrer do século XX.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Charles Scholl: Atualidades políticas que buscam nexo cotidiano

Charles Scholl: Atualidades políticas que buscam nexo cotidiano: Postei no facebook ontem uma sequência de fotos que marcam uma trajetória política de muito trabalho e dedicação, com foco na comunicação so...

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Homenagem que recebi do Jornal Destaque

Um agradecimento aos colegas do Jornal Destaque que registraram a passagem do meu aniversário. Muito obrigado pela lembrança.Para conferir clique no endereço abaixo referente a edição do Jornal e busque a coluna social.

http://jornaldestaquers.blogspot.com/2011/11/edicao-1805.html

Homenagem que recebi do Jornal Eco do Sinos

Segue homenagem que recebi do Jornal Eco do Sinos, em virtude da passagem de meu aniversário. Muito obrigado pelo reconhecimento e lembrança.


http://www.ecodosinos.com.br/galeria.php?categoria=social

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Charles Scholl: A cidadania promovida na história ...

Charles Scholl: A cidadania promovida na história ...: Charles Scholl: A cidadania promovida na história do Eco do Sinos : O Jornal Eco do Sinos marca mais um aniversário circulando interruptamen...

Material Eco do Sinos - Revolucionário fala de revolucionário


Ubiratan de Souza apresenta documentário na II Semana Che Guevara

Com uma lucidez impressionante sobre a atualidade politica e econômica internacional, o economista Ubiratan de Souza proferiu uma palestra memorável em seu painel “Che e o ideal de libertação da América Latina”. A atividade, realizada na noite de quarta-feira, dia 9, no Plenário da Câmara de Vereadores, é parte da programação da II Semana Che Guevara, promovida pelo vereador Leo Dahmer, do PT. O economista iniciou seu painel com comentários relativos ao documentário argentino “Che Guerrilheiro”, que ainda não circula no Brasil. A breve introdução despertou a curiosidade do público formado por lideranças sindicais, políticas, comunitárias e ativistas de diversos movimentos sociais, que assistiram o documentário no telão, com o sistema de som das novas instalações da Câmara de Vereadores.
Apesar do horário, que ultrapassava as 22horas, os participantes mantiveram por mais uma hora o palestrante com ávidos questionamentos acerca da experiência cubana e o projeto de unidade da América Latina. Ubiratan dividiu a experiência de ter morado em Cuba por quatro anos, local onde passou o período de 1974 a 1978. O painelista é ex-comandado de Carlos Lamarca e sua história já integrou o espaço das telenovelas brasileiras com seu testemunho em “Amor & Revolução” (http://www.youtube.com/watch?v=XTfig7P3X5U). Ao final do evento um constrangimento afetou alguns participantes, pois pelo horário os serviços do Trensurb tinham encerrado. Porém, o espírito de compromisso solidário presente em todos os momentos da palestra prevaleceu, os demais participantes viabilizaram caronas superando o impasse.

Ubiratan de Souza - integra hoje o Gabinete do Deputado Estadual Raul Pont, foi Secretário de Orçamento e Finanças do OP-RS do Governo do Estado do Rio Grande do Sul – Gestão do PT - Governador Olívio Dutra (1999 - 2002), Coordenador Geral do Gabinete de Planejamento (GAPLAN) do OP da Prefeitura de Porto Alegre (1993 - 1998) – Gestões do PT dos Prefeitos - Tarso Genro e Raul Pont. Também é autor de importantes publicações sobre as experiências do Orçamento Participativo. Foi painelista em diversos países da América Latina com temas relativos a experiências de participação popular.
Na quinta-feira foi realizado debate com alunos de história das redes municipal e estadual de Esteio, com o tema "Che Guevara, O Guerrilheiro Humanista e a América Latina". A orientação foi do professor Laurence Würdig Gonçalves, que é mestre em educação e especialista em história contemporânea.
A programação da II Semana Che Guevara se encerra no sábado, 12, com a Noite Cubana, que será realizada no Espaço Cultural 711 (Av. Dom Pedro, 711 - Centro – Esteio).

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Uame reúne prioridades dos bairros para apresentar à Prefeitura


A União das Associações de Moradores de Esteio – Uame, realizou na terça-feira, dia 08 de novembro, reunião com os presidentes de associações de moradores da cidade para formular documento que estabelece as prioridades para cada bairro. A reunião ocorreu na sede do Sindiplast, (Rua Garibaldi) e teve por objetivo estabelecer uma pauta prioritária de obras para cada bairro representado da cidade, com ênfase às obras eleitas no Orçamento Participativo que não foram realizadas.


As obras e serviços priorizados por cada presidente de associação de moradores incorporará o documento que será apresentado às instâncias do Poder Público pela Uame. “Queremos ajudar as associações de moradores da cidade a se articular melhor com a Prefeitura”, afirma presidenta da Uame, Dirce Bloedow.

Gerente da Corsan de Esteio inicia diálogo com associações



Na mesma noite, as lideranças comunitárias receberam o Gerente da Corsan de Esteio, Abraão de Farias, que deu início ao que chama de aproximação da empresa pública com os moradores da cidade. Em nome da Corsan manifestou a preocupação social da instituição, que se acentua na gestão do Governador Tarso Genro. “A Corsan de Esteio quer se aproximar das associações de moradores da cidade para cumprir seu papel social e contribuir com a organização e consolidação do movimento comunitário”, explica. Entre as questões tratadas pelo gerente, a defesa da água como um bem público esteve presente em todas suas falas, destacando o papel social que a Corsan exerce nos municípios deficitários, onde não existe interesse da iniciativa privada em privatizar o fornecimento da água. O tema é atual devido a Proposta de Emenda Constitucional , de autoria do Deputado Luis Fernando Schmidt (PT), que tramita na Assembleia Legislativa que afirma a água como um bem público impedindo a privatização dos serviços no Rio Grande do Sul.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Outobro Rosa em Esteio


Mobilização pelo Outubro Rosa na Avenida Presidente Vargas em Esteio, nesta sexta-feira, dia 28. Os ativistas distribuiram rosas e deram visibilidade à campanha em uma sinaleira com faixas e camisetas.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Agradecimento ao Zé Mauro, pelo seu ativismo


Zé Mauro é um grande parceiro da Esparta - Ação Tática e Estratégia. Trabalha em múltiplas frentes de atuação, todas relacionadas à cultura com ênfase à música, afetando famílias de diferentes regiões da cidade, que constituem significativa representação dos locais mais populosos de Esteio. Segue a manifestação pública de Zé Mauro, divulgada no Jornal Eco do Sinos, que relata o desenrolar de seu trabalho.
Vale ler o artigo,

Charles Scholl
Consultor


“ACORDES PARA VIDA”

Opa, opa! Sim eu sei, faz algum tempo que não aparecemos por aqui, nesse espaço tão precioso. E já que estivemos ausentes, aparecer assim, sem nenhum motivo, do nada, dizendo, olá gente tudo bem (?), é um tanto quanto...(sem palavras), bem (eh eh eh) o fato é, temos um bom motivo! A Silvia psicóloga e produtora cultural, eu Zé Mauro facilitador, queremos agradecer de todo o coração a todos que apóiam o Projeto de Vivências Musicais Acordes para Vida.
Tudo começou em 2006, na EST, Faculdade de Musicoterapia. Lá surgiu a idéia, enquanto acadêmico do curso, de realizar uma oficina musical baseada nos fundamentos da musicoterapia, destinada ao grande público onde toda e qualquer pessoa, com ou sem conhecimento musical, pudessem interagir entre si, vivenciando de maneira profunda e prazerosa, os benefícios que as atividades musicais transmitem, direcionadas através de técnicas com objetivos definidos, organizados. Foram realizados vários projetos pilotos, até que encontrássemos um caminho, um jeito de afinar as dinâmicas. Passamos por diversas faixas etárias de diferentes encontros, com os mais variados perfis de público. Finalmente encontramos um norte. Essa direção chegou veja só, poeticamente na melodia do nome do projeto: “Acordes para Vida”! Soubemos de imediato o que buscávamos. Acordar e ajudar a acordar, os que se permitem acordar para vida!
No meio do caminho, havia o Charles, ele não estava só. Com ele entrou em cena a Cacau. Começaram as primeiras conversas, poucas por sinal, bem daquele jeito de quem trabalha muito, mais do que fala. E por um passe de boa vontade e longas horas de neurônios pensantes, apareceu o Projeto descrito. Com tudo no papel, correu-se para o Conselho Municipal de Cultura, que acolheu o Projeto como todo Conselho deve fazer, de maneira séria e competente. Aprovado, O Fundo Municipal de Cultura municiou o“Acordes”, deixando-nos a vontade para atuar no campo de trabalho. Podemos então levar essa “nova” proposta de trabalho musical, aqui na cidade, para as Escolas Municipais Flores da Cunha, Vila Olímpica, Eva Karnal e APAE. Estivemos também na Casa de Cultura e na Associação do Parque Santo Inácio. Para cada local formaram-se grupos com até 20 pessoas, em alguns casos passou um pouquinho, de forma que ao término de 30 oficinas ofertadas, atendemos a média de 600 participantes. Quando escrevemos “participantes”, retratamos sem dúvidas, a gratificante aceitação por parte do público, que colaborou de corpo e alma. Pra se ter uma idéia a aceitação foi tanta, que a assistente social Maria Regina Santos Paz, responsável pelo grupo do Parque Santo Inácio, relatou-nos que mesmo tendo encerrado a primeira etapa do projeto, participantes do grupo estão retornando no dia e no horário das oficinas, na esperança que o projeto esteja ocorrendo.
Os ofícios emitidos pelas instituições avaliam “Acordes para Vida”, como um projeto necessário para o cotidiano por onde passou. Isso nos tranquiliza deixa-nos com o sabor da meta atingida. Sabemos que necessitamos melhorar alguns aspectos, principalmente no que se refere à estrutura orçamentária da atividade, entretanto, naturalmente o tempo e um trabalho bem feito, com qualidade, atrai os seus complementos. Apostamos fortemente na sensibilidade de pessoas que podem contribuir com a continuidade do projeto, assim como Cleiton Charutti do Grupo Charutti, que está patrocinando a segunda etapa do Projeto na Escola Municipal Flores da Cunha, até o final do ano letivo. Silvio Tassinari, da ST Contabilidade irmana-se à proposta e também lança seu apoio. Igualmente, o Conselho de Cultura aprovou mais uma etapa do “Acordes”, de forma que assim que os tramites necessários estiverem concluídos, ofertaremos mais 30 oficinas descentralizadas pela comunidade, todas com o foco da primeira etapa e inteiramente gratuitas para quem quiser experimentar.
Mas é hora de agradecer melhor! Então vamos lá! O nosso muito obrigado ao Charles do Jornal Eco dos Sinos, a Cacau Produtora Cultural, ao Rodrigo Assessor Parlamentar, ao Vereador Leo Dahmer PT – Esteio, a todas Equipes Diretivas, professores e funcionários das Instituições de Ensino por onde circula o “Acordes”, ao Conselho Municipal de Cultura – bravos voluntários, a Prefeitura Municipal, a Casa de Cultura e sua eficiente Equipe e sobre tudo ao público que comparece, participa ativamente de todas atividades propostas.
Todo esse conjunto coroa um sonho solitário que era apenas um sonho, por ser só, mas que agora é realidade. Mostra que aqui no município as coisas estão acontecendo sim. Melhor, amparadas pelo apoio de pessoas que representam os órgãos municipais. A Iniciativa privada que muito contribui, integra-se cada vez mais. É um novo tempo, presente, agora.
Existe ainda um longo e belo caminho a ser trilhado. Estamos cientes e felizes, pois sabemos que não estamos solitários nessa caminhada. Muito há o que fazer pela arte em nossa comunidade, pela vida e por outra pessoa, aquela que você enxerga por onde passa. A arte é o alimento da alma, assim como comida, água e ar, o são para o corpo. E como diz Beto Guedes: “Quem sonhou, só vale se já sonhou de mais, vertente de muitas gerações, gravado em nossos corações, um nome se escreve fundo...”
Para quem quiser contribuir com a expansão do Projeto, pode ajudar espontaneamente entrando em contato pelo e-mail zemauromt@hotmail.com, ou pelos telefones (51) 3459 3703 e (51)9364 7048 – teremos prazer em informar como você pode contribuir. Paz profunda, amor e luz. Grande abraço!

Silvia Adriana e Zé Mauro

Domingo foi dia de oficina de fotografia aos desbravadores


No domingo, dia 23, foi dia de ministrar o primeiro módulo da especialidade de fotografia aos desbravadores. Pela manhã, eu e a Ingrid atendemos o chamado do amigo Abraão para a realização da oficina.
Fui presenteado com a obra "A Grande Esperança", de Ellen G. White. O livro veio com a dedicação do Clube de Desbravadores Pioneiros do Vale, assinado pelo diretor Marcelo Guimarães. Eu e a Ingrid agradecemos a acolhida da turma.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Câmara de Esteio aprova moção de apoio à Água Pública


“A água é um bem comum. Um direito de todos”, afirmou o vereador Leo Dahmer (PT), nesta terça-feira(05), durante a aprovação da Moção de Apoio de sua autoria à PEC da Água. Para Dahmer, é necessário evitar no Estado processos como o que aconteceu em Uruguaiana, onde a população saiu prejudicada com a mudança no custa da tarifa. No texto da moção o vereador reforça que o tema merece regramento especial. A Proposta de Emenda 206/2011, apresentada pelo deputado estadual Luis Fernando Schmidt (PT), determina que estes serviços só poderão ser prestados por empresas públicas ou de economia mista sob o controle do poder público estadual ou municipal.
A emenda estabelece também que o Estado ou o município deverá deter, no mínimo, 51% do capital votante e 51% do capital social destas empresas, proibindo a delegação de gestão a empresas privadas.

A PEC 206/2011 aguarda votação na Assembleia Legislativa. Para ser aprovada, ela precisa passar pela apreciação do plenário, em dois turnos de votação. São necessários 33 votos para a sua aprovação. “É fundamental mantermos a água pública. Por isso precisamos trabalhar para a aprovação da PEC”, disse o deputado estadual Raul Pont (PT).

“Nosso propósito é de assegurar que as questões de ordem social prevaleçam sobre razões econômicas. As águas de domínio do Estado são um bem público essencial, cujo uso deve ficar subordinado ao interesse da população”, justifica o deputado Schmidt.

Representantes do Sindiágua/RS, o Coletivo Feminista Vânia Araújo e o Comitê Gaúcho em Defesa da Água Pública estiveram presentes na Sessão da Câmara de Vereadores de Esteio para defender o caráter público dos serviços de saneamento.

Confira a Moção na íntegra

Leonardo Dahmer, Vereador pela bancada do Partido dos Trabalhadores, requer, após cumpridas as formalidades regimentais e ouvido o Douto Plenário, que seja encaminhada moção de apoio à Proposta de Emenda à Constituição 206/2011, a PEC da Água, proposta pelo deputado estadual Luis Fernando Schmidt (PT), com cópia para os demais parlamentares da Assembleia Legislativa.

Motivo:

Esta moção é uma construção entre o Coletivo Feminista Vânia Araújo (integrante do Comitê em Defesa da Água Pública) e nosso mandato realizada através do entendimento que a PEC da Água, proposta pelo deputado estadual Luis Fernando Schmidt, tem grande importância, pois reforça a luta contra a privatização dos recursos naturais e dos serviços públicos necessários para cada cidadão gaúcho. A PEC estabelece que os serviços de saneamento ambiental do Rio Grande do Sul deverão ser, obrigatoriamente, executados por empresas públicas ou empresas de economia mista com controle estatal.

O propósito do projeto é afastar o risco da vez mais presente de privatização do setor. No Rio Grande do Sul, Uruguaiana é uma das cidades que já está sofrendo o mal desta privatização. Na cidade, os usuários são obrigados a pagar preço minimo referente ao consumo de 10m², fazendo com que a tarifa fique mais cara. Atualmente, não existe nenhuma garantia legal de que os serviços de saneamento permaneçam sob controle público.

Tarso rechaça editorial da RBS

Governador Tarso Genro, durante conferência proferida no Ministério Público do RS
O grupo RBS publicou um editorial neste sábado (22) manifestando “estarrecimento” pelo que chama de “ataque desfechado pelo governador Tarso Genro ao jornalismo investigativo”. O editorial acusa o governador de sustentar uma posição que “tende a interessar mais aos corruptos do que aos cidadãos”. ZH acusa Tarso também de querer “restringir preventivamente a liberdade de imprensa” e o trabalho da “imprensa livre e independente”, no momento em que “o país passa por uma limpeza ética”.

Na quinta-feira (20), em meio a uma conferência proferida no Congresso do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Tarso Genro criticou as práticas jornalísticas que denunciam, julgam e condenam, pretendendo substituir as instituições republicanas que têm essas atribuições. A RBS reagiu no mesmo dia, acusando o governador gaúcho de querer “censurar o jornalismo investigativo”. (A íntegra da conferência de Tarso Genro está disponível aqui.)

“A reação violenta da RBS”, declarou o governador Tarso Genro à Carta Maior, “parece querer interditar o debate e o faz através da manipulação da informação sobre a conferência que proferi no Congresso do Ministério Público”. “Essa conferência versa sobre um tema que vem sendo debatido em todo o mundo há mais de vinte anos e que aqui no Brasil ocorre no âmbito da academia e em setores da intelectualidade fora da academia: a superposição das instituições “de fato”, oriundas da força econômica do capital financeiro – agora em crise – sobre as instituições do Estado”. “Ela sequer versava”, acrescentou, “sobre alguma empresa de comunicação em particular ou sobre alguma investigação jornalística, ou, ainda, sobre a liberdade de informar. Tanto é que eu digo claramente na minha exposição:

(…) Não proponho, em absoluto, qualquer controle da informação por parte do Estado. Nem a sonegação de informações relevantes, para que os processos e as investigações tenham ampla publicidade pela mídia que, de resto, pode cumprir o papel político que quiser dentro da democracia. Nem se trata, também, de alegar a existência de uma “conspiração” dos meios de comunicação contra a democracia e o devido processo legal. Trata-se de compreender que já vivemos um período da sociedade da informação em que os poderes de fato, no capitalismo tardio, estão se sobrepondo aceleradamente ao poder das instituições formais do Estado. Isso não ocorre somente em relação à mídia, mas também em relação a outros poderes fáticos oriundos da força econômica dos grupos privados.

O governador acusou a RBS de querer interditar o debate manipulando o conteúdo de sua conferência ao “não publicar nem mencionar o trecho acima que dá sentido à toda a exposição”. “O que proponho – e isto está escrito também no texto da conferência – é uma união das instituições do Estado com os políticos sérios e honestos (que são a maioria em todos os partidos) para combater a corrupção, com mais condições técnicas para os inquéritos, reformas legais que acelerem os processos e os cumprimentos de pena”, afirmou Tarso. E acrescentou:

“O que faz reduzir a corrupção é a punição pelo Estado e não o justiçamento paralelo da mídia, nem as investigações dos repórteres, que obviamente podem ser feitos e devem ser feitos. Mas o produto destas investigações é matéria jornalística e é, portanto, mercadoria-notícia, não prova de crime”.

“Esta atitude da RBS, pretendendo interditar o debate com ameaças de campanhas difamatórias que estão subjacentes no mesmo editorial, marca o ápice da petulância e da arrogância que poucas empresas de comunicação têm a coragem de expor publicamente. Mentem, quando dizem que sou contra o jornalismo investigativo, quando o que sou contra é julgamento sumário de pessoas, independentemente de que sejam culpadas ou não. Mentem quando contrastam dois textos meus sobre assuntos diferentes, mesmo tendo, na Conferência, manifestação explícita da minha parte que confirma a minha posição de princípio a favor da total liberdade da imprensa e de respeito irrestrito ao trabalho dos jornalistas,” disse ainda o governador gaúcho.

Ainda segundo a avaliação do governador, “o sentido da avalanche de críticas que recebi está muito bem exposto no editorial de ZH desta manhã”. Mais precisamente, explicou, “está contido na expressão “limpeza ética”, de origem e marca bem conhecidos na história”. Recentemente na Europa Oriental se falava em “limpeza étnica”. Limpeza se faz num lugar sujo (a política e o país) e quem faz a “limpeza” é o virtuoso (a mídia), nós, humanos sujamos, por isso nem temos o direito de dizer que o processo judicial, o inquérito do Ministério Público e dos órgãos de controle, não podem ser superpostos por justiçamentos e linchamentos públicos, que transformam crimes comuns em crimes políticos e consequentes condenações políticas, sem direito de defesa com a mesma exposição e intensidade das acusações”.

“O editorial”, prosseguiu o governador, “chega a sugerir que estou tentando me proteger de futuras denúncias”. “É jogo sujo: eu poderia dizer, se fizesse o mesmo raciocínio, que quando eles atacam quem quer fortalecer o MP e o Judiciário, para evitar linchamentos públicos, eles estão protegendo corruptos que eles apoiam ou apoiaram. Mas, sinceramente não penso assim. Acho que eles não leram a integralidade da minha conferência e pensaram que ela era dedicada a eles”.

Por fim, Tarso Genro afirmou que não mudará um milímetro a relação que mantém com a RBS e nem com a imprensa em geral. “Essas controvérsias são boas para a democracia. Todos fulminaram sistematicamente Lula e o PT e a esquerda em geral, às vezes até com razão, e nós continuamos vivos e crescendo. Enfrentei seguidas manipulações da imprensa sobre as minhas posições quando Ministro da Justiça: caso da punição dos torturadores, caso Daniel Dantas, caso Battisti, caso Cacciola e nunca perdi a serenidade”. E concluiu:

“Na verdade o que temos com a grande mídia é uma divergência histórica de fundo: no ocaso do modelo neoliberal eles têm que substituir o alvo dos seus ataques, que era o “gigantismo” do Estado, agora é a corrupção e a política em abstrato, sem avaliar as suas origens e fundamentos, que, na verdade estão contidos na fraqueza das leis e das instituições, geradas pelo modelo econômico neoliberal, para combater o crime, a corrupção e o aparelhamento do Estado pelos grandes grupos econômico-financeiros, em detrimento da ampla maioria dos próprios empresários e sociedade em geral”.

Por Carta Maior.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Freitas é lembrado no site do Sindicato dos Metalúrgicos - Ex-presidente Freitas falece aos 63 anos de idade




O Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita lamenta informar para a categoria o falecimento do ex-presidente João Jorge de Freitas Lima, popularmente conhecido no meio sindical como Freitas ou “Freitinhas”.



Hospitalizado desde o mês passado, Freitinhas não resistiu a complicações decorrentes de uma pneumonia e faleceu aos 63 anos de idade de falência de múltiplos órgãos na madrugada desta segunda-feira, 19 de setembro. O corpo foi velado na Capela 3 do Cemitério Ecumênico Cristo Rei, em São Leopoldo, e sepultado no Crematório Metropolitano Cristo Rei no fim da tarde.

Freitas deixa esposa, dona Marisa de Oliveira Lima, e dois filhos, Jeverton Alex e Mariele de Oliveira Lima, advogados que hoje prestam assessoria jurídica para o nosso sindicato, pessoas a quem a entidade dedica a máxima solidariedade neste momento de luto e consternação.

TRAJETÓRIA DE LUTA

Freitinhas iniciou sua militância sindical nos anos 70, em plena ditadura militar, época na qual pessoas que lutavam por democracia e justiça eram considerados uma ameaça ao regime e tratados como se fossem bandidos, terroristas, subversivos, entre outras denominações. Flagrados fazendo articulações e manifestações políticas, eram presos, torturados e, não raro, mortos ou "desaparecidos".

Nem mesmo o fato de Canoas ser "área de segurança nacional" por sediar a Petrobrás e os quartéis da Aeronáutica e do Exército, impediu que, em 1975, com 27 anos de idade, muita coragem e determinação, já como caldereiro da antiga Coemsa (hoje Alstom), Freitinhas se associasse ao Sindicato dos Metalúrgicos e, algum tempo depois, junto com outros companheiros e companheiras de fora da categoria (entre eles, a hoje presidenta Dilma Rousseff e seu marido, o advogado Carlos Araújo, o professor Adair Barcelos, o atual deputado Ronaldo Zulke e o ex-ministro e ex-governador Miguel Rossetto), iniciasse uma oposição metalúrgica em Canoas. Mesmo reunindo-se às escondidas, esta oposição ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores no RS em 1980 e, um ano depois, venceu as eleições do sindicato.

Freitinhas, junto com outros importantes e históricos companheiros, entre eles o então presidente Paulo Paim (hoje senador) e os aposentados Sérgio Matte (ex-presidente da Federação dos Metalúrgicos) e Maria Eunice Wolf (atual secretária Especial de Estratégia e Inovação da Prefeitura de Canoas), ajudou a implantar aqui em nossa base o novo modelo sindical criado por Lula da Silva no ABC paulista, que, na esteira da abertura política, serviu de base para a fundação da CUT em 1983 e contribuiu para a volta da democracia a partir de 1985.

Doze anos se passaram e, inconformado com as irregularidades e com a falta de democracia e transparência imposta pelo ex-presidente Gilmar Pedruzzi - sucessor de Paulo Paim na presidência do sindicato - Freitinhas encabeçou mais uma chapa de oposição em 1993. Junto com ele estavam outros companheiros cutistas que, ao vencerem aquela eleição, deram um novo rumo de conquistas para a categoria, entre eles o atual presidente da Câmara Federal, Marco Maia, o ex-presidente e atual deputado estadual Nelsinho Metalúrgico, o atual presidente da Federação dos Metalúrgicos, Flávio de Souza, o Flavião, e o atual presidente Paulo Chitolina. Herdando uma base metalúrgica desunida e um sindicato falido e sucateado, Freitas enfrentou as adversidades, manteve a luta e teve mão de ferro e inteligência para reerguer moral e financeiramente a entidade durante os seis anos (1993 a 1999) em que presidiu o sindicato.

Durante os anos 1990 e 2000, embora tenha se aposentado como metalúrgico e sindicalista, Freitinhas nunca deixou de trabalhar e militar. Foi candidato a vereador, ajudou os movimentos sociais e, durante os governos municipais de Sandra Silveira e Gilmar Rinaldi, de Esteio, desempenhou importantes cargos na Administração Pública. Por último, era diretor da Secretaria de Obras e Viação da cidade. Freitinhas também nunca deixou de acompanhar o sindicato e suas lutas. Representou como poucos os metalúrgicos aposentados, participou das principais assembleias e foi assíduo frequentador e fiscalizador da entidade, especialmente a Colônia de Férias, em Mariluz, estrutura que ajudou a ampliar e remodelar e pela qual nutria um carinho todo especial. Nas últimas aparições no sindicato, entre maio e julho deste ano (, Freitinhas ajudou a construir apoios e a chapa que, empossada em 1° de setembro, renovou em mais de 40% a direção do sindicato e derrotou um grupo político que, por meio de ataques e mentiras, irresponsavelmente tentou destruir a trajetória de lutas e conquistas das direções cutistas que se sucederam nos últimos 18 anos.

DEPOIMENTOS

"O Freitas deixou um grande legado para o movimento sindical gaúcho, um exemplo a ser seguido pelas novas gerações de dirigentes sindicais de nossa base. Eu e outros companheiros da atual direção aprendemos muito com ele e com certeza vamos dar seguimento ao trabalho que fez no passado", disse o atual presidente Paulo Chitolina.

"Freitas foi fundamental na construção política e estrutural do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas. No passado, também ajudou a construir e fortalecer a nossa federação e a CUT. Mais recentemente, teve papel importantíssimo na luta para manter nosso sindicato unido e nas mãos de pessoas comprometidas com a luta. Vai deixar muitas saudades entre os companheiros e companheiras de luta", avaliou Flávio de Souza, o Flavião, secretário-geral de nosso sindicato e presidente da Federação dos Metalúrgicos.

"A história também foi feita por mentes e corações que não inscreveram seu nome na política institucional, mas que o deixaram esculpido em todas as lutas pela democratização do país, pela dignidade do trabalho, pela solidariedade de classe, pelos ideais de uma sociedade com justiça social. Entre estes combatentes generosos, aos quais o poeta Berthold Brecht referia-se como "indispensáveis", figura agora em nossa memória o recém falecido companheiro João Jorge de Freitas Lima, o Freitinhas", escreveu o deputado federal Ronaldo Zulke no artigo "Freitas: um indivíduo na história".(leia abaixo)




Na foto montagem acima, Freitas em 1993, na vitória da Chapa 2 e em 201, num ato de apoio à candidatura de Paulo Chitolina presidente do sindicato

Por: Geraldo Muzykant - Jornalista e assessor sindical
veja no site do Sindicato

domingo, 25 de setembro de 2011

Freitas: um indivíduo na história

Deputado Federal
Ronaldo Zulke.


A origem do movimento sindical no Brasil remonta ao século 19, quando o centro agrário da economia do país era ainda o café. Nessa época, houve a substituição da mão de obra escrava pelo trabalho assalariado, o lucro do café transferiu-se para a indústria. Não existia então nenhuma legislação de proteção aos trabalhadores. Diante desse quadro de abandono pelo Estado, os primeiros passos organizativos dados pelos trabalhadores foram no sentido de articular “sociedades de socorro e ajuda mútua”. Sem previdência social, os trabalhadores demitidos na velhice eram jogados na mendicância pois inexistia o estatuto da aposentadoria. Cabia a eles mesmos organizarem a assistência aos seus companheiros. O segundo passo foi decorrência do desenvolvimento industrial por ramos de atividade, o que deu origem aos “sindicatos”. Nada disso ocorreu sem muita luta das classes trabalhadoras e sem o papel ativo de militantes que assumiram no chão da fábrica o papel de líderes e, na história, o papel de herois na construção de direitos sociais e políticos para o conjunto do povo brasileiro.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas foi fundado em 1° de setembro de 1960, depois das intensas mobilizações que ocorreram após a morte de Getúlio Vargas. A cidade já era um importante pólo industrial metal-mecânico e concentrava um grande contingente de operários, exigindo uma entidade de representação própria: o Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre e o Sindicato de Metalúrgicos de São Leopoldo, surgidos antes, já não podiam abrigar esta nova base social na região. Oficialmente, foi preciso esperar até 1° de maio de 1963 para que o Ministério do Trabalho reconhecesse o novo sindicato. As dificuldades para sedimentar o movimento sindical foram maiores à medida que Canoas era considerada “área de segurança nacional”, em razão da Petrobrás e dos quartéis do Exército e da Aeronáutica instalados no município.

Sob a ditadura pós-64, o que era difícil tornou-se uma tarefa perigosa por implicar o risco da prisão e da constante perseguição política. Nem assim os trabalhadores renderam-se. Na década de 70, em São Paulo, um ex-retirante conhecido como Lula mobiliza os metalúrgicos em torno de reivindicações econômicas e em nome da liberdade de organização sindical. Nos 80, no Rio Grande do Sul, um lanceiro negro chamado Paim clama ao lado de outros insurgentes por um sindicato combativo, que rompesse com o assistencialismo. A história, no entanto, não foi feita apenas por aqueles que posteriormente alcançaram, com a força do voto popular, a condição de presidente ou senador da República.

A história também foi feita por mentes e corações que não inscreveram seu nome na política institucional, mas que o deixaram esculpido em todas as lutas pela democratização do país, pela dignidade do trabalho, pela solidariedade de classe, pelos ideais de uma sociedade com justiça social. Entre estes combatentes generosos, aos quais o poeta Berthold Brecht referia-se como “indispensáveis”, figura agora em nossa memória o recém falecido companheiro João Jorge de Freitas Lima, o Freitinhas, ex-presidente do Sindicato de Metalúrgicos de Canoas, cuja vida servirá doravante de exemplo às novas gerações de cidadãos no Rio Grande, no Brasil e no mundo.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Leia a íntegra do discurso de Dilma na abertura da Assembleia da ONU


Dilma diz 'lamentar' ausência da Palestina na ONU
Ela também defendeu que Brasil tenha lugar no Conselho de Segurança.
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (21), no discurso de abertura do Debate Geral da 66ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), lamentar a ausência da Palestina na organização.


Leia a íntegra do discurso de Dilma na abertura da Assembleia da ONU
Presidente foi a primeira mulher a fazer discurso de inauguração do evento.
Em discurso, abordou questão palestina, crise e Conselho de Segurança.

A presidente Dilma Rousseff fez na manhã desta quarta-feira (21), em Nova York, o primeiro discurso de uma mulher na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas. Leia a íntegra do discurso:

"Senhor presidente da Assembleia Geral, Nassir Abdulaziz Al-Nasser,
Senhor secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon,
Senhoras e senhores chefes de Estado e de Governo,
Senhoras e senhores,
Pela primeira vez, na história das Nações Unidas, uma voz feminina inaugura o Debate Geral. É a voz da democracia e da igualdade se ampliando nesta tribuna que tem o compromisso de ser a mais representativa do mundo.
É com humildade pessoal, mas com justificado orgulho de mulher, que vivo este momento histórico.
Divido esta emoção com mais da metade dos seres humanos deste Planeta, que, como eu, nasceram mulher, e que, com tenacidade, estão ocupando o lugar que merecem no mundo. Tenho certeza, senhoras e senhores, de que este será o século das mulheres.
Na língua portuguesa, palavras como vida, alma e esperança pertencem ao gênero feminino. E são também femininas duas outras palavras muito especiais para mim: coragem e sinceridade. Pois é com coragem e sinceridade que quero lhes falar no dia de hoje.
Senhor Presidente,
O mundo vive um momento extremamente delicado e, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade histórica. Enfrentamos uma crise econômica que, se não debelada, pode se transformar em uma grave ruptura política e social. Uma ruptura sem precedentes, capaz de provocar sérios desequilíbrios na convivência entre as pessoas e as nações.
Mais que nunca, o destino do mundo está nas mãos de todos os seus governantes, sem exceção. Ou nos unimos todos e saímos, juntos, vencedores ou sairemos todos derrotados.
Agora, menos importante é saber quais foram os causadores da situação que enfrentamos, até porque isto já está suficientemente claro. Importa, sim, encontrarmos soluções coletivas, rápidas e verdadeiras.
Essa crise é séria demais para que seja administrada apenas por uns poucos países. Seus governos e bancos centrais continuam com a responsabilidade maior na condução do processo, mas como todos os países sofrem as conseqüências da crise, todos têm o direito de participar das soluções.
Não é por falta de recursos financeiros que os líderes dos países desenvolvidos ainda não encontraram uma solução para a crise. É, permitam-me dizer, por falta de recursos políticos e algumas vezes, de clareza de ideias.
Uma parte do mundo não encontrou ainda o equilíbrio entre ajustes fiscais apropriados e estímulos fiscais corretos e precisos para a demanda e o crescimento. Ficam presos na armadilha que não separa interesses partidários daqueles interesses legítimos da sociedade.
O desafio colocado pela crise é substituir teorias defasadas, de um mundo velho, por novas formulações para um mundo novo. Enquanto muitos governos se encolhem, a face mais amarga da crise – a do desemprego – se amplia. Já temos 205 milhões de desempregados no mundo. 44 milhões na Europa. 14 milhões nos Estados Unidos. É vital combater essa praga e impedir que se alastre para outras regiões do Planeta.
Nós, mulheres, sabemos, mais que ninguém, que o desemprego não é apenas uma estatística. Golpeia as famílias, nossos filhos e nossos maridos. Tira a esperança e deixa a violência e a dor.
Senhor Presidente,
É significativo que seja a presidenta de um país emergente, um país que vive praticamente um ambiente de pleno emprego, que venha falar, aqui, hoje, com cores tão vívidas, dessa tragédia que assola, em especial, os países desenvolvidos.
Como outros países emergentes, o Brasil tem sido, até agora, menos afetado pela crise mundial. Mas sabemos que nossa capacidade de resistência não é ilimitada. Queremos – e podemos – ajudar, enquanto há tempo, os países onde a crise já é aguda.
Um novo tipo de cooperação, entre países emergentes e países desenvolvidos, é a oportunidade histórica para redefinir, de forma solidária e responsável, os compromissos que regem as relações internacionais.
O mundo se defronta com uma crise que é ao mesmo tempo econômica, de governança e de coordenação política.
Não haverá a retomada da confiança e do crescimento enquanto não se intensificarem os esforços de coordenação entre os países integrantes da ONU e as demais instituições multilaterais, como o G-20, o Fundo Monetário, o Banco Mundial e outros organismos. A ONU e essas organizações precisam emitir, com a máxima urgência, sinais claros de coesão política e de coordenação macroeconômica.
As políticas fiscais e monetárias, por exemplo, devem ser objeto de avaliação mútua, de forma a impedir efeitos indesejáveis sobre os outros países, evitando reações defensivas que, por sua vez, levam a um círculo vicioso.
Já a solução do problema da dívida deve ser combinada com o crescimento econômico. Há sinais evidentes de que várias economias avançadas se encontram no limiar da recessão, o que dificultará, sobremaneira, a resolução dos problemas fiscais.
Está claro que a prioridade da economia mundial, neste momento, deve ser solucionar o problema dos países em crise de dívida soberana e reverter o presente quadro recessivo. Os países mais desenvolvidos precisam praticar políticas coordenadas de estímulo às economias extremamente debilitadas pela crise. Os países emergentes podem ajudar.
Países altamente superavitários devem estimular seus mercados internos e, quando for o caso, flexibilizar suas políticas cambiais, de maneira a cooperar para o reequilíbrio da demanda global.
Urge aprofundar a regulamentação do sistema financeiro e controlar essa fonte inesgotável de instabilidade. É preciso impor controles à guerra cambial, com a adoção de regimes de câmbio flutuante. Trata-se, senhoras e senhores, de impedir a manipulação do câmbio tanto por políticas monetárias excessivamente expansionistas como pelo artifício do câmbio fixo.
A reforma das instituições financeiras multilaterais deve, sem sombra de dúvida, prosseguir, aumentando a participação dos países emergentes, principais responsáveis pelo crescimento da economia mundial.
O protecionismo e todas as formas de manipulação comercial devem ser combatidos, pois conferem maior competitividade de maneira espúria e fraudulenta.
Senhor Presidente,
O Brasil está fazendo a sua parte. Com sacrifício, mas com discernimento, mantemos os gastos do governo sob rigoroso controle, a ponto de gerar vultoso superávit nas contas públicas, sem que isso comprometa o êxito das políticas sociais, nem nosso ritmo de investimento e de crescimento.
Estamos tomando precauções adicionais para reforçar nossa capacidade de resistência à crise, fortalecendo nosso mercado interno com políticas de distribuição de renda e inovação tecnológica.
Há pelo menos três anos, senhor Presidente, o Brasil repete, nesta mesma tribuna, que é preciso combater as causas, e não só as consequências da instabilidade global.
Temos insistido na interrelação entre desenvolvimento, paz e segurança; e que as políticas de desenvolvimento sejam, cada vez mais, associadas às estratégias do Conselho de Segurança na busca por uma paz sustentável.
É assim que agimos em nosso compromisso com o Haiti e com a Guiné-Bissau. Na liderança da Minustah, temos promovido, desde 2004, no Haiti, projetos humanitários, que integram segurança e desenvolvimento. Com profundo respeito à soberania haitiana, o Brasil tem o orgulho de cooperar para a consolidação da democracia naquele país.
Estamos aptos a prestar também uma contribuição solidária, aos países irmãos do mundo em desenvolvimento, em matéria de segurança alimentar, tecnologia agrícola, geração de energia limpa e renovável e no combate à pobreza e à fome.
Senhor Presidente,
Desde o final de 2010, assistimos a uma sucessão de manifestações populares que se convencionou denominar “Primavera Árabe”. O Brasil é pátria de adoção de muitos imigrantes daquela parte do mundo. Os brasileiros se solidarizam com a busca de um ideal que não pertence a nenhuma cultura, porque é universal: a liberdade.
É preciso que as nações aqui reunidas encontrem uma forma legítima e eficaz de ajudar as sociedades que clamam por reforma, sem retirar de seus cidadãos a condução do processo.
Repudiamos com veemência as repressões brutais que vitimam populações civis. Estamos convencidos de que, para a comunidade internacional, o recurso à força deve ser sempre a última alternativa. A busca da paz e da segurança no mundo não pode limitar-se a intervenções em situações extremas.
Apoiamos o Secretário-Geral no seu esforço de engajar as Nações Unidas na prevenção de conflitos, por meio do exercício incansável da democracia e da promoção do desenvolvimento.
O mundo sofre, hoje, as dolorosas consequências de intervenções que agravaram os conflitos, possibilitando a infiltração do terrorismo onde ele não existia, inaugurando novos ciclos de violência, multiplicando os números de vítimas civis.
Muito se fala sobre a responsabilidade de proteger; pouco se fala sobre a responsabilidade ao proteger. São conceitos que precisamos amadurecer juntos. Para isso, a atuação do Conselho de Segurança é essencial, e ela será tão mais acertada quanto mais legítimas forem suas decisões. E a legitimidade do próprio Conselho depende, cada dia mais, de sua reforma.
Senhor Presidente,
A cada ano que passa, mais urgente se faz uma solução para a falta de representatividade do Conselho de Segurança, o que corrói sua eficácia. O ex-presidente Joseph Deiss recordou-me um fato impressionante: o debate em torno da reforma do Conselho já entra em seu 18º ano. Não é possível, senhor Presidente, protelar mais.
O mundo precisa de um Conselho de Segurança que venha a refletir a realidade contemporânea; um Conselho que incorpore novos membros permanentes e não-permanentes, em especial representantes dos países em desenvolvimento.
O Brasil está pronto a assumir suas responsabilidades como membro permanente do Conselho. Vivemos em paz com nossos vizinhos há mais de 140 anos. Temos promovido com eles bem-sucedidos processos de integração e de cooperação. Abdicamos, por compromisso constitucional, do uso da energia nuclear para fins que não sejam pacíficos. Tenho orgulho de dizer que o Brasil é um vetor de paz, estabilidade e prosperidade em sua região, e até mesmo fora dela.
No Conselho de Direitos Humanos, atuamos inspirados por nossa própria história de superação. Queremos para os outros países o que queremos para nós mesmos.
O autoritarismo, a xenofobia, a miséria, a pena capital, a discriminação, todos são algozes dos direitos humanos. Há violações em todos os países, sem exceção. Reconheçamos esta realidade e aceitemos, todos, as críticas. Devemos nos beneficiar delas e criticar, sem meias-palavras, os casos flagrantes de violação, onde quer que ocorram.
Senhor Presidente,
Quero estender ao Sudão do Sul as boas vindas à nossa família de nações. O Brasil está pronto a cooperar com o mais jovem membro das Nações Unidas e contribuir para seu desenvolvimento soberano.
Mas lamento ainda não poder saudar, desta tribuna, o ingresso pleno da Palestina na Organização das Nações Unidas. O Brasil já reconhece o Estado palestino como tal, nas fronteiras de 1967, de forma consistente com as resoluções das Nações Unidas. Assim como a maioria dos países nesta Assembléia, acreditamos que é chegado o momento de termos a Palestina aqui representada a pleno título.
O reconhecimento ao direito legítimo do povo palestino à soberania e à autodeterminação amplia as possibilidades de uma paz duradoura no Oriente Médio. Apenas uma Palestina livre e soberana poderá atender aos legítimos anseios de Israel por paz com seus vizinhos, segurança em suas fronteiras e estabilidade política em seu entorno regional.
Venho de um país onde descendentes de árabes e judeus são compatriotas e convivem em harmonia – como deve ser.
Senhor Presidente,
O Brasil defende um acordo global, abrangente e ambicioso para combater a mudança do clima no marco das Nações Unidas. Para tanto, é preciso que os países assumam as responsabilidades que lhes cabem.
Apresentamos uma proposta concreta, voluntária e significativa de redução [de emissões], durante a Cúpula de Copenhague, em 2009. Esperamos poder avançar já na reunião de Durban, apoiando os países em desenvolvimento nos seus esforços de redução de emissões e garantindo que os países desenvolvidos cumprirão suas obrigações, com novas metas no Protocolo de Quioto, para além de 2012.
Teremos a honra de sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho do ano que vem. Juntamente com o Secretário-Geral Ban Ki-moon, reitero aqui o convite para que todos os Chefes de Estado e de Governo compareçam.
Senhor Presidente e minhas companheiras mulheres de todo mundo,
O Brasil descobriu que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza. E que uma verdadeira política de direitos humanos tem por base a diminuição da desigualdade e da discriminação entre as pessoas, entre as regiões e entre os gêneros.
O Brasil avançou política, econômica e socialmente sem comprometer sequer uma das liberdades democráticas. Cumprimos quase todos os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, antes 2015. Saíram da pobreza e ascenderam para a classe média no meu país quase 40 milhões de brasileiras e brasileiros. Tenho plena convicção de que cumpriremos nossa meta de, até o final do meu governo, erradicar a pobreza extrema no Brasil.
No meu país, a mulher tem sido fundamental na superação das desigualdades sociais. Nossos programas de distribuição de renda têm nas mães a figura central. São elas que cuidam dos recursos que permitem às famílias investir na saúde e na educação de seus filhos.
Mas o meu país, como todos os países do mundo, ainda precisa fazer muito mais pela valorização e afirmação da mulher. Ao falar disso, cumprimento o secretário-geral Ban Ki-moon pela prioridade que tem conferido às mulheres em sua gestão à frente das Nações Unidas.
Saúdo, em especial, a criação da ONU Mulher e sua diretora-executiva, Michelle Bachelet.
Senhor Presidente,
Além do meu querido Brasil, sinto-me, aqui, representando todas as mulheres do mundo. As mulheres anônimas, aquelas que passam fome e não podem dar de comer aos seus filhos; aquelas que padecem de doenças e não podem se tratar; aquelas que sofrem violência e são discriminadas no emprego, na sociedade e na vida familiar; aquelas cujo trabalho no lar cria as gerações futuras.
Junto minha voz às vozes das mulheres que ousaram lutar, que ousaram participar da vida política e da vida profissional, e conquistaram o espaço de poder que me permite estar aqui hoje.
Como mulher que sofreu tortura no cárcere, sei como são importantes os valores da democracia, da justiça, dos direitos humanos e da liberdade.
E é com a esperança de que estes valores continuem inspirando o trabalho desta Casa das Nações que tenho a honra de iniciar o Debate Geral da 66ª Assembleia Geral da ONU.
Muito obrigada."





"Lamento não poder saudar nesta tribuna o ingresso pleno da Palestina na Organização das Nações Unidas. O Brasil já reconhece o Estado palestino como tal, nas fronteiras de 1967, de forma consistente com as resoluções das Nações Unidas. Assim como a maioria dos país dessa assembleia, acreditamos que chega o momento de termos a Palestina aqui representada a pleno título ", afirmou a presidente.
Dilma afirmou que reconhecer "o direito legítimo do povo palestino à soberania e à autodeterminação" é decisivo para as possibilidades de paz no Oriente Médio. "Apenas uma Palestina livre e soberana poderá atender aos legítimos anseios de Israel por paz com seus vizinhos, segurança em suas fronteiras e estabilidade política em seu entorno regional", disse.
"Venho de um país onde descendentes de árabes e judeus são compatriotas e convivem em harmonia – como deve ser."
Ao abrir o discurso, Dilma Rousseff afirmou que representa "a voz da democracia". Ela é a primeira mulher a fazer o discurso de inauguração do evento, que, por tradição, cabe ao chefe de Estado brasileiro em razão de o Brasil ter sido o primeiro país a aderir ao organismo internacional, em 1945.
"Pela primeira vez na história das Nações Unidas, uma voz feminina inaugura o debate geral: é a voz da democracia", disse, sendo aplaudida logo depois. "Divido essa emoção com mais da metade dos seres humanos de que esse será o século das mulheres. Na língua portuguesa, palavras como vida, alma e esperança pertencem ao gênero feminino e são também femininas", completou.
Dilma foi aplaudida também em outra oportunidade, ao defender a reforma dos assentos no Conselho de Segurança da ONU. "[A orientação do conselho] será tão mais acertada quanto mais legítima forem suas decisões, a legitimidade depende cada vez mais de sua reforma. A falta de representatividade no Conselho de Segurança corrói sua efetividade. O mundo precisa de um conselho de segurança que venha refletir a sociedade contemporânea", disse.
Crise
A presidente também disse demonstrar preocupação com a crise econômica internacional. " A ONU precisa emitir com a máxima urgência sinais claros de coesão política e macroeconômica. Há sinais evidentes de que várias economias avançadas se encontram no limiar da recessão", afirmou. "Essa crise é seria demais para que seja administrada por uns poucos países."
Em seu discurso, Dilma exaltou o papel de seu governo em contornar as turbulências da economia internacional. "Mantemos gastos do governo sob rigoroso controle sem que isso comprometa o êxito das políticas sociais nem nosso ritmo de crescimento e investimento".

Não há 'atalhos' para resolver questão palestina, diz Obama na ONU
Americano também pediu 'ação coordenada' contra crise econômica global.
Antes, Dilma abriu a 66ª Assembleia Geral defendendo um Estado Palestino.

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta quarta-feira (21) que não há "atalhos" para terminar o conflito entre israelenses e palestinos, que já dura décadas no Oriente Médio.
Obama afirmou que a paz na região "não virá de resoluções ou declarações da ONU", mas apenas de negociações diretas entre israelenses e palestinos.
"Estou convencido de que não há atalho para encerrar um conflito que durou décadas", disse.
No final das contgas, são os israelenses e os palestinos, e não nós, que devem chegar a um acordo sobre as questões que os dividem: sobre fronteiras e seguranças; sobre refugiados e Jerusalém", disse.
Síria
Obama também disse que "não há desculpa para a falta de ação" e já está na hora de o Conselho de Segurança da ONU impor novas sanções contra o governo da Síria, que reprime violentamente manifestações pró-democracia há seis meses.
"Para nós, a pergunta está clara: Ficaremos ao lado do povo sírio ou de seus opressores?", disse.
Irã e Coreia do Norte
O democrata também afirmou que o Irã e a Coreia do Norte deveriam cumprir suas obrigações mundiais na questão nuclear, o que os levaria a ganhar em maiores oportunidades. Mas alertou sobre o risco de "isolamento" dos países.
"Há um futuro de mais oportunidades para o povo dessas nações se seus governor cumprirem suas obrigações", disse. "Mas, se eles continuarem em um caminho à margem da lei internacional, eles devem enfrentar mais pressão e isolamento."
"O governo iraniano não conseguiu demonstrar que seu programa é pacífico", disse. " A Coreia do Norte ainda tem que tomar passos concretos para abandonar suas armas."
Economia
Obama também afirmou que o mundo precisa de uma ação "urgente e coordenada" para resgatar a economia global.
"Nós apoiamos nossos aliados europeias, à medida que eles reformam suas instituições e encaram seus próprios desafios fiscais", disse.