As ameaças à liberdade de imprensa em países da América Latina foram o tema destacado ontem na 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). No evento, que ocorre em São Paulo, representantes de vários países, entre eles Argentina, Brasil, Equador e Venezuela, relataram casos de agressão à circulação de informações.
A jornalista da Folha de S.Paulo e vice-presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Judith Brito, destacou as ameaças recentes sofridas pelo repórter André Caramante, da própria Folha. O jornalista publicou, em julho, uma reportagem revelando que o ex-comandante da Rota, tropa de elite da Polícia Militar paulista, coronel Paulo Telhada, então candidato a vereador pelo PSDB em São Paulo, usou sua página no Facebook para relatar supostos confrontos com criminosos. Os seguidores de Telhada na rede social começaram, então, a ameaçar o jornalista de morte. Caramante está hoje refugiado com a família no Exterior. Telhada foi o quinto vereador mais votado na última eleição.
– A Folha pediu ao Ministério Público que abra investigação sobre o caso, que consideramos uma ameaça concreta à liberdade de imprensa – relatou Judith.
O relatório do Equador destacou o fato de o presidente Rafael Correa proibir, com amparo legal, seus ministros de concederem entrevistas ao que considera “mídia mercantilista”. Além disso, cerca de 20 emissoras de rádio e televisão regionais foram fechadas no primeiro semestre por supostamente não cumprirem normas técnicas e econômicas.
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