segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O caminho da unidade, sem tropeços no totalitarismo

O oásis de esperança em meio ao deserto do nosso tempo. Talvez essa frase rápida pudesse expressar um pouco do sentimento daqueles que vivem a luz da esperança de uma humanidade mais justa, fraterna e feliz. Com essa empolgação é que iniciamos o ano de 2011. A chegada do novo período nos dá a chance de recomeçar, de nos afastar mais do totalitarismo do século XX , de consolidar a convicção sobre uma cultura de paz. Que possamos unificar todos os povos do planeta em um ambiente de sustentabilidade, de respeito recíproco e de comprometimento mútuo de todas as nações pela melhora da qualidade de vida e pelo enfrentamento as mazelas que assolam a humanidade em nosso tempo.
Para nossa satisfação, parte da mensagem que o JES deixa aos seus leitores incorpora os valores que orientaram o discurso do Estado da União, proferido por Barack Obama na madrugada de 26 de janeiro, em Washington. Na mensagem, o presidente dos Estados Unidos faz um apelo pela civilidade na política. Obama chama todas as lideranças de seu Pais a pensar e construir os destinos da nação. Com isso, um dos homens mais poderosos do mundo quer dividir a responsabilidade de governar. Quer que se crie, no ambiente da política, a idéia de cooperação acima das diferenças. Entre os demais temas abordados em seu discurso também vale destacar que eles compreendem como caminho do desenvolvimento a inovação, a pesquisa científica e a educação. Claro que a saúde, economia e a luta pelo controle sobre a produção de armas atômicas também tiveram destaque na manifestação de Barack, ou de qualquer outro presidente daquele Pais.
No mesmo dia, na extremidade sul do Brasil, lideranças realizavam um culto de louvor ao cooperativismo. A proposta parte do presidente da Assembléia Legislativa, Geovane Cherini, que fecha com chave de ouro seu mandato na presidência do parlamento gaúcho. O Governador Tarso Genro participou da atividade e reafirmou a importância das experiências do cooperativismo para o desenvolvimento social, político e econômico do povo gaúcho. O mesmo foi confirmado pelo presidente do Tribunal de Contas do Estado, João Osório e tantas autoridades que fizeram questão de afirmar um movimento pelo Rio Grande do Sul acima das diferenças.
Essa idéia de unidade prospectada por Obama e Cherini certamente contrapõe a lógica perversa da política fragmentada desconstituidora da unidade necessária para lidar com grandes temas da nossa civilização. As ações políticas prospectadas por eles promovem a idéia da responsabilidade de cada um sobre o todo. Com isso, remontamos a dialética clássica da filosofia entre o todo e a parte. Nem o totalitarismo de uma pequena parte sobre o todo, nem a ditadura covarde em que o todo exerce a força sobre a parte. Que sobreviva a idéia de compartilhar, de cooperar, sem subjugar o outro. Que sepultemos a cultura da violência que levou nossa civilização a duas guerras mundiais, e sobre os sedimentos dessa tragédia humana nasça, em nossos corações, a luz necessária para iluminar o caminho da paz e da prosperidade humana.

Editorial do Jornal Eco do Sinos primeira quinzena de 2011 - autor: Charles Scholl

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