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Milton em sua tarefa diária de limpar o arroio |
Quando o pensador Félix Guattari redigiu sua obra, “As três ecologias” nos trouxe uma ferramenta capaz de explicar a importância da relação do homem consigo mesmo, em seu meio social e com o mundo que habita. O equilíbrio é que qualifica as relações como sustentáveis ou não. Uma pessoa quando tem um “piti” de ódio tem passagem livre ao desequilíbrio em sua ecologia pessoal. Tal situação se torna insustentável ao longo da vida ao ponto de conduzir esse sujeito à morte, por alguma doença psicossomática. Se o sujeito comete um crime contra a sociedade em que vive, promove um desequilíbrio insustentável, que pode lhe custar a liberdade. O mesmo ocorre com a nossa relação, enquanto civilização, com o meio ambiente. A sustentabilidade é a garantia que teremos mais chances de continuar habitando este Planeta. Diante do ritmo de consumo da humanidade nos deparamos com um desequilíbrio que pode custar a existência da nossa civilização. A luz no fim do túnel surge diante dos protocolos internacionais que procuram colocar o Planeta novamente em equilíbrio, tal como o tratado de Kyoto e as conferências internacionais como a Rio + 20. Porém, a luz no fim do túnel parece mais visível quando convivemos com pessoas como Milton, que reside na última casa da Rua Pelotas, em frente ao Arroio Esteio. Ele, por si, sem entidade, sem governo, se sente responsável pela limpeza e conservação da mata ciliar. Sente-se agredido ao ver a água poluída por irresponsabilidade humana, e incansavelmente, tal como Dom Quixote luta contra moinhos, procura limpar. Seu exemplo contagia os vizinhos, que o admiram pela perseverança, tal como Airton Goulart. Eles valorizam as ações que buscam o equilíbrio e a preservação do meio ambiente. Separam o lixo e disputam símbolos que consideram importantes, tal como a placa escrita por crianças em um trabalho realizado pela Escola Santos Dumont, que fica na frente da casa de Milton. “As crianças fizeram esse trabalho maravilhoso e eu faço questão de conservar para motivar mais trabalhos assim”, explica o incansável Milton, que é o exemplo vivo de atitudes que sinalizam uma luz no fim do túnel para a humanidade.
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Milton e Airton |
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