segunda-feira, 6 de maio de 2013

Coletiva destaca reflexão de entidades no Dia Mundial da liberdade de Imprensa


A ideia da liberdade de imprensa deve ser sustentada, antes de tudo, pela sociedade. Porém, diante do devaneio teórico é praticamente impossível deixar de perguntar que sociedade que nos referimos. A sociedade que sustenta o senso comum, ou a comunidade organizada. É evidente que as entidades representativas dos jornalistas e dos veículos de comunicação buscam inserir na agenda da cidadania a ideia da liberdade de imprensa, já que é a opinião pública e o senso comum são voláteis, com posições expressas em massas amorfas, sem qualquer contorno mais sólido, com fácil e imediata adaptação ao recipiente do acaso. O caminho da cidadania é trilhado por passos ancorados em um Estado Democrático de Direito, que por dever nos aparta da tirania desumana. Os jornalistas estão em pleno contato com todas as possibilidades de mudança que afetam nossa sociedade. É evidente que organizações conservadoras se sintam ameaçadas diante da atividade da imprensa, pela capacidade revolucionária e transformadora presente em na prática da profissão. Assegurar essa liberdade é um posicionamento de esquerda, internacionalista, progressista e humano. Porém, a concentração do poder diretivo dos grandes veículos de comunicação tem colocado uma inversão em nossa pauta, em que os ativistas de esquerda se posicionam de forma tensa sobre a liberdade de imprensa. Também fica fácil confundir diante de um cenário editorial caricaturizado, tal como percebemos a Revista Veja, que ora transforma-se em folhetim político e serve de combustível para inflamar o debate e gera uma grande coluna de fumaça sobre a opinião pública. Todos tem a impressão de estar vendo tudo, mas é só fumaça......

A ideia da liberdade de imprensa deve estar no centro de todas as manifestações editoriais. É fundamental que esteja associada ao exercício da cidadania, que não fique simplesmente atrelada a opinião pública, que seja sustentada por todas as matizes políticas que instituem nosso contrato social como a regra, sem exceção. 


Segue matéria do Coletiva.net

Entidades querem envolver sociedade na luta pela liberdade

Para ARI e Sindicato dos Jornalistas, plena liberdade de imprensa depende da participação cidadã
O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, comemorado nesta sexta-feira, 3, deve ser um momento de reflexão não só para os profissionais da área, alerta a Associação Riograndense de Imprensa (ARI). A entidade aproveitou a data para reafirmar princípios e o compromisso com a liberdade de imprensa, razão de sua existência, e exigir “postura vigilante da sociedade, como forma de evitar a violência contra jornalistas, que se mostra cada vez mais crescente”. “O compromisso de preservar e lutar pela liberdade não é apenas da categoria, mas de todo o cidadão”, defendeu o presidente da entidade, João Batista Filho, em entrevista ao Coletiva.net.

A queda nos índices de liberdade de imprensa no Brasil é apontada pela pesquisa Freedom House. A razão, conforme o levantamento, estaria no número de jornalistas assassinados no País, durante o ano passado: foram seis. Para Batista Filho, diversos são os fatores que ameaçam o trabalho da imprensa, no entanto, ele acredita que apenas a consciência e o convencimento de punição podem freá-los. Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado, José Nunes afirma que o principal risco sobre a liberdade de imprensa não é governamental.  Para ele, “a regulação se faz necessária para maior liberdade de imprensa”. “Nesse jogo de poder, trabalhador contra donos dos meios de comunicação, quem sofre é o cidadão. O resultado é uma sociedade que não está sendo defendida”, acrescenta.

É à ausência de regulação efetiva que Nunes credita os crimes cometidos contra a categoria. “É preciso a regulamentação dos artigos relacionados à comunicação e a aprovação de um marco regulatório de verdade. Por falta desses fatores, profissionais sofrem com uma série de problemas, ameaças...”, afirma Nunes, ao citar como um exemplo próximo o do jornalista Alex Manchini, agredido em Panambi. O presidente da ARI destaca ainda a necessidade de união da categoria, para combater as instituições que “insuflam a sociedade contra a imprensa. “Somente no dia em que a sociedade aceitar as opiniões contrárias, a liberdade de imprensa terá seu exercício pleno”, afirma Batista Filho.

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