Por Gildo Doebber -
Associação Cultural José Marti

O Fórum Social Mundial Palestina Livre aconteceu sob forte pressão das autoridades políticas, que não coadunavam com a realização do evento em Porto Alegre. A prefeitura da capital gaúcha chegou a retirar o apoio institucional ao evento em uma ação política em sintonia com a presidência da Assembleia Legislativa. Apesar do contratempo, a atividade aconteceu em Porto Alegre do dia 28 de novembro a 1º de dezembro, com o apoio do Governo Federal e do Governo do Estado, que garantiram a estrutura para que os comitês organizadores pudessem realizar seus debates. 

Os resultados não poderiam ser diferentes. O povo de Porto Alegre recebeu o FSMPL de braços abertos contrastando com o forte aparato de segurança montado em torno do prédio da Prefeitura, que pela primeira vez na história não participou do evento internacional. A capital gaúcha é o centro geográfico que deu origem ao Fórum Social Mundial, porém nesta edição os atuais governantes da cidade viraram às costas ao movimento.
Por conta da titubeada das autoridades políticas que tentaram impedir a realização do evento, muitos gaúchos ficaram sem saber ao certo sua finalidade. Tal situação não aconteceu com o Governador Tarso Genro, que reafirmou seu compromisso com o debate em artigo “Convívio e Tolerância” (publicado na página 2, da edição 918, do JES). A saber, o Forum Social Mundial Palestina Livre foi um grande encontro internacional de organizações e pessoas que apóiam a causa palestina. Uma manifestação pública, pacífica de protesto contra a opressão do neoliberalismo, do colonialismo, do racismo e da promoção da igualdade e da soberania dos povos.
Desde o princípio, a organização do evento pontuou três objetivos principais. O primeiro de mostrar a força e a diversidade da solidariedade aos chamados do povo palestino. O segundo é criar ações efetivas para assegurar a autodeterminação palestina, a criação de um Estado Palestino com Jerusalém como capital e o respeito aos direitos humanos e ao direito internacional no sentido de: Acabar com a ocupação israelense e com a colonização das terras árabes e derrubar o muro construído por Israel; assegurar os direitos dos cidadãos palestinos de Israel à plena igualdade; implementar, proteger e promover os direitos dos refugiados palestinos de retornar a seus lares e propriedades, como determina a resolução da ONU 194. E como terceiro objetivo, o FSMPL se propôs a ser um espaço para discussão e criação de estratégias que desenvolvam uma estrutura sólida de solidariedade.
Com estes princípios, vejo com naturalidade minha participação neste evento. A Associação Cultural José Marti, em sintonia com a causa palestina, protestou pela libertação dos Cinco Heróis Cubanos, injustamente presos nos Estados Unidos. Foi uma grande oportunidade de encontrar amigos, conhecer outras pessoas que lutam pela autonomia dos povos e aprofundar os conhecimentos sobre a situação do povo palestino.
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