
O que podemos ver no escândalo que envolveu Stauss-Kahn, que foi detido no final de semana acusado de estuprar uma camareira, nos Estados Unidos. No mínimo é que Dominique parece ter sido desclassificado de uma disputa em que representaria os socialistas na França. Valorizaria o passe de Sarkozy para sua reeleição em 2012. http://www.opovo.com.br/app/maisnoticias/internacional/2011/05/19/noticiainternacional,2246568/strauss-kahn-tinha-fama-de-assediador-diz-politica.shtml
Mas o realmente me chocou foi saber que ele era o favorito nas eleições na França. Que o presidente do Fundo Monetário Internacional seria presidente de um País da comunidade europeia em nome dos socialistas. Que seria ainda um socialista francês. É a mais completa bagunça ideológica que vi. Aqui na América do Sul a esquerda está associada às classes populares, pois assim o fez como elemento estratégico diante dos regimes democráticos. Ainda podemos ver militantes do Psol erguendo faixas com dizeres Fora FMI, no entanto quem preside a entidade seria um “camarada”. Credo. No mínimo isso revela a dimensão do desafio da esquerda brasileira, principalmente a do Rio Grande do Sul, que por diversas oportunidades fez das disputas eleitorais seus processos demarcatórios políticos e ideológicos centrados nos princípios que balizam as matizes ideológicas. A Dilma nos ajuda na “concertação” necessária quando diz publicamente que o Brasil é uma nação rica, mas nada adianta se temos um povo pobre. Isso é ser de esquerda para os latino-americanos. Devemos muito dessa noção ideológica aos sindicatos, à igreja e à comunidade intelectual. A América Latina fundou sua própria teologia, demonizada pelo Vaticano, mas que organizou as bases sociais para as mobilizações populares fundamentais às ações estratégicas da esquerda. Não foi por menos que a Teologia da Libertação esteve intimamente ligada a criação da CUT, da Via Campesina, do MST, do PT e compartilhou essa ideia de justiça social com os ideólogos socialistas deste continente. Então podemos ver que, neste momento, estamos escrevendo os destinos da esquerda internacional, em que o Brasil, na América Latina, representa uma das práticas mais bem sucedidas da esquerda no Poder. Eu desconfiava de tudo isso, mas essa realidade bateu forte diante do escândalo de Strauss-Kahn.
Nenhum comentário:
Postar um comentário