segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A força política de Esteio no debate do Conselho Estadual de Comunicação Social


Charles Scholl

Palestra e debate sobre a instalação do Conselho
Estadual de Comunicação Social na Comunidade de
Santa Rita de Cássia, em Esteio
O Governador Tarso Genro está articulando no Rio Grande do Sul a estruturação do Conselho Estadual de Comunicação Social. A iniciativa revela a natureza de um governo de vanguarda, no sentido da emancipação política das pessoas e das comunidades, historicamente reféns da lógica da cobrança do pedágio para obter informação. Como nos diz o ditado popular, quem tem informação tem poder. Grosseiramente podemos compreender que algumas famílias brasileiras se especializaram na comunicação social e assim concentraram informações e poder. O Conselho Estadual de Comunicação Social vem para tornar esse poder democrático, de natureza pública, de prestação de serviço ao desenvolvimento do povo gaúcho.

É evidente que tal política pública, mesmo que proposta pelo Governador, não emerge somente de suas elaborações intelectuais, embora a concepção de organização do Estado impregnada na ideologia de Tarso tenha sido fundamental para que a proposta tivesse chance de sobrevivência em um governo. O tema veio à agenda política de Tarso por indicação da Câmara Técnica de Comunicação Social, que integra o Conselhão criado por Genro. Tal realidade reforça a legitimidade do debate acerca da criação do Conselho Estadual de Comunicação Social. A extrema coerência de Tarso se consolida em cada posição política que vem adotando no exercício do cargo de Governador. Ele revelou não ter interesse que o poder estatal tenha maioria e chegou a sugerir que sequer tenha voto. Tal afirmação reforça a natureza política de sua proposta e a direção que está sendo dada apontando para uma composição coordenada pela atuação da sociedade civil.

Até o dia 10 deste mês, o gabinete digital do Governo do Estado estará colhendo sugestões para a criação do Conselho Estadual de Comunicação Social. O governo propôs um texto e quer colher a opinião dos gaúchos sobre a matéria. Na condição de esteiense, de comunicador, de militante político e de ativista pela democratização da comunicação, penso que é fundamental estabelecer critérios que tragam o assunto do conselho para nossa realidade. Assim, a nossa experiência social estará legitimamente posta e presente nas posições do Conselho.

Para que esse bumerangue retorne à nossa mão é fundamental que o movimento realizado em nossa cidade siga alguns critérios, que estejam em sintonia com a proposta que está sendo gestada no Governo do Estado. Arrisco alguns critérios que me parecem bastante óbvios. Em primeiro lugar a questão geopolítica, que nos dá os contornos físicos de Esteio. Em segundo, a representação social e cultural. E em terceiro, não menos importante, que possa refletir e se desdobrar em ações de comunicação que partam da nossa sociedade civil já consolidadas em Esteio. Este último critério me parece fundamental para que o conselho tenha legitimidade sobre a representação temática que exercerá sobre nós.

A equipe do Jornal Eco do Sinos refletiu sobre o assunto, que considera estratégico à democratização da comunicação e ao melhor desenvolvimento social, político e econômico da nossa cidade. Debatemos a proposta com o Governador, que nos deu a segurança necessária para reconhecer a seriedade e responsabilidade do Projeto de Lei, que também será debatido na Assembleia Legislativa. Observamos com mais atenção e apreço os aspectos simbólicos contidos em sua gênese, seus símbolos de autonomia, sua fundamentação jurídica, econômica e política. Um tema considerado complexo, de difícil mobilização, mas decidimos apresentar a proposta. Falamos diretamente com as pessoas da nossa cidade. Nessa jornada fomos muito bem acolhidos pelo grupo de jovens da Comunidade Santa Rita de Cássia, onde realizamos uma apresentação de ideias sobre a criação do Conselho Estadual de Comunicação Social. A atitude rendeu uma experiência muito produtiva, em que os jovens demonstraram claramente facilidade em se apropriar do assunto. A reação popular contrariou o senso comum e afirmou que o debate pode ser tratado pelo povo. Essa demonstração já me parece uma contribuição importante para a amplitude do espectro social que precisa compreender e participar da construção desta ferramenta para que seja um instrumento de promoção de justiça social.

Diante desta conjuntura, não nos resta qualquer dúvida que a participação do Jornalista e Historiador Miguel Luz nesse processo é fundamental. Além de empreendedor, que fundou o primeiro jornal que se consolidou em Esteio, Miguel preside a Associação dos Dirigentes de Jornais do Interior Adjori, entidade representativa dos pequenos jornais no Rio Grande do Sul. A participação de Miguel no debate da criação do Conselho nos faz representados, além de favorecer o enriquecimento do tema com sua ampla experiência. No movimento pela democratização da comunicação não nos percebemos como concorrentes, mas como parceiros pela natureza da atividade fim, em que temos os mesmos objetivos, de manter nossa comunidade informada sobre as questões importantes do cotidiano da cidade. Assim contamos, todos os dias, a história de Esteio.

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