Há 15 anos era criado o Dia Internacional da Juventude, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como estímulo para os países desenvo
lverem políticas públicas dirigidas a estes cidadãos.
Representantes de organizações de jovens avaliam que durante esse período, o Rio Grande do Sul promoveu avanços – concentrados nos governos de Olívio Dutra (1999 a 2002) e Tarso Genro, desde 2011, hoje candidatos da Unidade Popular pelo Rio Grande (PT, PCdoB, PTB, PR, PPL, PTC, PROS).
“Um projeto transformador deve levar em conta a complexidade da existência humana. Só assim que se pode compreender o lugar especial que assume a juventude na luta por autonomia e emancipação. Por isso a minha convicção de que somente com a Unidade Popular teremos a defesa e as concretizações das politicas públicas de juventude”, defende o coordenador da Juventude do PT, Carlos Augusto Portela.
Atualmente, o Rio Grande do Sul tem mais de 2,6 milhões de jovens com idades entre 15 e 29 anos. Entre as conquistas desse segmento da população no atual governo, estão a criação do Conselho de Juventude do Rio Grande do Sul, o Conjuve/RS, em 2013, e do Fórum de Entidades da Juventude do Rio Grande do Sul (Feju) – composto por 137 organizações vinculadas a partidos, sindicatos do campo e da cidade, movimentos sociais, culturais, esportivos, artísticos, de diversidade religiosa, sexual e de igualdade racial. “Conquistamos ainda o Pacto Gaúcho Pela Educação e o Passe Livre Estudantil. Isso só foi possível através do diálogo e da convicção do papel fundamental dos jovens para o desenvolvimento do estado”, considera o vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) no Rio Grande do Sul, Álvaro Lotterman.
Vale lembrar que entre 2006 e 2010 o Rio Grande do Sul viveu momentos duros no relacionamento do governo e diferentes segmentos sociais, entre eles a juventude. Diversas entidades estudantis realizaram atos sistemáticos pedindo o afastamento da gestão estadual da época e muitas eram as queixas de cortes na Educação e autarquias públicas. Na avaliação do coordenador da Juventude do PT, Augusto Portela, o atual momento é diferenciado para os jovens gaúchos.
Diálogo com manifestantes das jornadas de junho
Um dos pontos mais altos da relação de diálogo entre os jovens e o Estado ocorreu, sem dúvida, em junho de 2013, quando ocorreram as manifestações que tomaram conta das ruas do Brasil.
O Rio Grande do Sul, onde o movimento se originou, foi justamente o primeiro estado a ter uma lei para atender uma das principais demandas das ruas, o passe-livre. Após uma série de encontros com o governador Tarso Genro foi criada a lei que beneficia atualmente 138 mil jovens em 365 cidades gaúchas.
Para a estudante Marina Lehman, que esteve nas manifestações, a medida foi uma resposta rápida do governo em resposta à juventude que foi às ruas. “Pedimos mais assistência e mobilidade urbana. Essa abertura para o diálogo entre o governo e a população jovem do Estado mostrou o compromisso do governo Tarso em fazer políticas públicas para sua juventude”, afirma.
Permanência no campo é uma conquista da juventude rural
Para a família de pequenos agricultores do assentamento Pão da Terra, houve muito incentivo ao longo dos últimos três anos e meio para os jovens permanecerem no campo. “Há financiamentos, bolsas de estudo, incentivo a qualificação profissional voltada ao meio rural. Isso tudo ajuda a mantermos os jovens na lavoura. Em outros momentos, era difícil. Não tínhamos nada para combater o êxodo rural”, recorda o agricultor José Matias.
O filho Gabriel Matias, com 15 anos, já trabalha na lavoura da família, em Eldorado do Sul. Ele estranha a vida na cidade quando acompanha os pais nas feiras de Porto Alegre e conta que já sonha com a faculdade de Agronomia. “Eu não gosto de barulho. E, sei da importância de ajudar minha família. Eu queria que mais jovens ficassem no campo”, fala.
Recuperação da Uergs abre novas oportunidades de formação
A Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), criada por Olívio Dutra e que não mereceu atenção das gestões subsequentes, voltou a ser prioridade durante o governo de Tarso, que determinou um orçamento 70% maior do que havia em 2010, atingindo um investimento de R$ 79 milhões na instituição. Em 2014, o desejado campus central de Porto Alegre foi aberto e houve a contratação de mais de 200 professores e 180 servidores.
O número de matrículas já é 75% superior ao do governo anterior e centenas de novos alunos contam com bolsas de apoio e manutenção da Universidade.
Além disso, mais de 1,2 mil escolas estaduais foram reformadas, 95 mil jovens foram matriculados nos cursos profissionalizantes do Pronatec e um programa específico para afastar a juventude do crime foi posto em prática. É o Programa de Oportunidades e Direitos (POD), que funciona nos Territórios de Paz da Lomba do Pinheiro e Vila Cruzeiro, ambos em Porto Alegre. Nestes centros são desenvolvidas atividades e cursos, como oficinas na área artística e cultural, bem como ações que promovem a igualdade de oportunidades.
Propostas para o futuro
A continuidade do governo da Unidade Popular pelo Rio Grande representa manter as ações de inclusão social de jovens e ampliar os serviços voltados à juventude. No programa de governo do próximo mandato está a manutenção do projeto de fortalecimento da Uergs, a ampliação do Passe Livre Estudantil e a criação de projetos para que mais jovens acessem vagas de emprego e ensino profissionalizante. Entre eles, o Microcrédito Jovem Inovador, que cria linhas de crédito voltadas a jovens entre 18 e 30 anos que tenham ideias inovadoras.
Além disso, o segundo mandato de Tarso Genro oportunizará a criação do Promédio, programa de bolsas para manutenção de jovens de baixa renda no Ensino Médio. Com a aprovação de US$ 50 milhões de empréstimo pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) neste mandato o governo está projetando também construir mais seis Centros POD Juventude.
Fotos:
Guilherme Santos/UPPRS

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